O governo Temer alterou regras do sistema de saúde do funcionalismo público federal em todo o país, por meio das resoluções da CGPAR nº 23, em 26 de janeiro deste ano. Com a medida, o trabalhador passa a bancar pelo menos metade do valor do plano de saúde, novos servidores públicos concursados não têm mais direito ao benefício e, entre os dependentes dos servidores, só poderão permanecer no plano os filhos e companheiros conjugais. O Banco do Brasil, no final do mês de maio, se aproveitando do ataque governista, entregou à diretoria do plano de saúde suplementar dos seus funcionários, a Cassi, uma proposta para “alterações na Arquitetura Organizacional e reequilíbrio econômico financeiro da entidade”.
O banco, que alcançou soma de R$ 3 bi no 1º trimestre, alta de 20,3% em um ano, e possui corpo funcional de, aproximadamente, 112 mil bancários e bancárias, quer transferir a obrigação com o custo assistencial à saúde dos seus empregados para os próprios trabalhadores e aumentar diretorias, criando mais despesas para a Cassi e afetando a gestão paritária, buscando favorecer o lucrativo mercado da saúde privada.
A postura unilateral e abusiva do BB quer que o custo da assistência seja repassado aos assistidos, ao mesmo tempo em que reduz o poder de decisão dos associados. “Os direitos que o BB quer retirar para se adequar à resolução 23 da CGPAR estão garantidos pelo Estatuto da Cassi. Nesta conjuntura de ataques, o estatuto da Cassi é, para nós, uma garantia de direitos. Queremos regularizar a situação econômica e financeira da Cassi, mas é importante não deixar o terrorismo do BB nos afetar mais uma vez”, afirma Káren D’Avila, Conselheira Deliberativa da Cassi, em carta disponibilizada na íntegra aqui.