Em nota, o BC diz que “constatou o comprometimento da situação econômico-financeira, bem como a existência de graves violações às normas legais e regulamentares”.
O Neon é conhecido por oferecer uma conta corrente sem mensalidade. No entanto, o BC diz que essas irregularidades não têm a ver com a abertura e movimentação da conta digital, nem com a emissão de cartões pré-pagos — tudo isso é realizado pela empresa Neon Pagamentos S.A.
A instituição explica à Exame que é composta por duas empresas com operações separadas: a Neon Pagamentos oferece a conta digital e cartões pré-pagos; enquanto o Banco Neon é responsável por serviços de crédito.
No entanto, se você é correntista, não pode usar o aplicativo para realizar transações — ele diz que “está temporariamente fora do ar para melhorias”.
A página banconeon.com.br não dá acesso à sua conta. Ela exibe a decisão do BC, com links para mais informações e canais de atendimento ao cliente:
No Twitter, a empresa diz que ainda é possível realizar saques e usar o cartão.
O BC avisa que os cartões pré-pagos podem ser usados normalmente, porque a Neon Pagamentos não passou por liquidação extrajudicial.
À Exame, o BC diz que o Banco Neon S.A. — que cuida apenas dos serviços de crédito — tinha “patrimônio líquido negativo” e “deficiência de controle e monitoramento para prevenir a lavagem de dinheiro”. Enquanto o caso for apurado, os bens de seus controladores e ex-administradores ficarão bloqueados.
Para clientes do Neon S.A., o saldo será coberto pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) “com a celeridade possível”. Este fundo protege clientes de banco em casos de falência, liquidação extrajudicial ou insolvência, e permite recuperar até R$ 250 mil por correntista.
A liquidação do Neon pegou os correntistas — inclusive eu — de surpresa. Na última quinta-feira (3), a startup anunciou que recebeu um aporte de R$ 72 milhões. Em março, a empresa lançou um cartão de crédito sem anuidade.
O Neon detém 0,0038% dos ativos do sistema bancário, e possui apenas uma agência em Belo Horizonte. Segundo o Valor, seu prejuízo no ano passado foi de R$ 2,756 milhões.
Ele foi criado em 2016 a partir de uma joint venture entre a startup Controly, que trabalhava com cartão pré-pago, e o Banco Pottencial.
O Pottencial, que se especializa no ramo de seguro garantia, foi denunciado em 2010 pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais por crimes contra o sistema financeiro. Seus diretores foram acusados de registrar R$ 6 milhões em ativos fictícios para maquiar as contas do banco. No ano passado, a Pottencial Seguradora foi colocada à venda.
Fonte: Tecnoblog com informações da Folha, Exame.