A quantidade absurda de cortes de emprego nos bancos é mais um motivo que aterroriza a categoria. Além das pressões por cumprimento de metas, os trabalhadores têm que conviver com a ameaça constante de demissões. Em 12 meses completados em setembro, foram eliminados quase cinco mil postos de trabalho no ramo bancário. Como a Caixa Econômica Federal, indo contra a maré, contrata mais que demite, a situação não foi pior. Apenas nos nove primeiro meses do ano, o banco abriu 1.882 novos postos de trabalho.
Quanto às disparidades das instituições, o Itaú, até setembro deste ano, registrou R$ 14,959 bilhões de lucro líquido e reduziu 308 postos de trabalho nos últimos 12 meses. Este número só não foi mais desastroso porque o banco passou a considerar, no segundo trimestre deste ano, os 1.194 empregados incorporados da Credicard.
O Santander Brasil acumulou, no mesmo período, lucro líquido gerencial de R$ 4,328 bilhões, e, ainda assim, nos últimos 12 meses, o banco eliminou 1.097 postos de trabalho. O Banco do Brasil, que lucrou R$ 8,3 bilhões até setembro, segue a linha da esfera privada e já eliminou 749 postos nos últimos 12 meses.
Já o Bradesco, mesmo obtendo um lucro líquido ajustado de R$ 11,227 bilhões nos primeiros nove meses de 2014, cortou 1.640 postos de emprego. Na base territorial do SEEB/VCR, por exemplo, três bancários foram demitidos pelo banco na semana passada sem quaisquer justificativas da instituição. A motivação apontada nas cartas de desligamentos, segundo o banco, “era de conhecimento dos bancários”.
Mas, nada supera a situação no HSBC. Em dezembro de 2013, a direção do banco garantiu ao movimento sindical que não ocorreriam demissões em massa, nem fechamento de agências, mas a instituição inglesa iniciou uma série de dispensas de funcionários pelo país. Pegos de surpresa, mais de 300 bancários foram demitidos na ação do banco. Após muita mobilização da categoria, o banco inglês suspendeu as demissões, mas não falou nada sobre a reversão dos desligamentos.
“Em meio a estratégias que vão de elevação de taxas de juros cobradas até redução do quadro de empregados, os bancos só têm mesmo que lucrar à custa de exploração. Infelizmente, os bancos são movidos por abusos. Esses altos índices de demissões só demonstram o quanto os bancos desrespeitam funcionários e clientes”, aponta a diretora representante do Sindicato na Federação, Sarah Sodré.