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Bancos ganham com a pandemia do coronavírus

Enquanto o país para e muitos setores da economia amargam prejuízos diante da pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), os bancos deram um jeito de aumentar seus lucros neste período. Com a desculpa de que não querem correr riscos, as instituições financeiras se negam a contribuir com a recuperação econômica do país, mesmo diante das generosas medidas adotadas pelo governo Bolsonaro, desde fevereiro, para aumentar a liquidez e facilitar a concessão de crédito.

A maior parte das medidas só deve sair do papel em abril. Mesmo assim, não há garantia de que resultem em maior oferta crédito às empresas, profissionais autônomos e famílias endividadas.

Em fevereiro, o Banco Central mudou as regras dos pagamentos compulsórios, com previsão de aumento de liquidez em R$ 135 bilhões, e anunciou a compra de títulos de dívida externa, colocando US$ 3 bilhões no mercado financeiro. Em março, outro pacote de medidas foi editado para aumentar a liquidez da economia brasileira. Foram colocados à disposição dos bancos mais R$ 1,2 trilhão. Entre os instrumentos disponíveis está a redução da taxa de depósitos compulsórios de 25% para 17%, liberando R$ 68 bilhões para os bancos.

Além disso, está prevista uma linha temporária de empréstimos para os bancos, tendo como garantia debêntures – títulos emitidos por empresas, que pode ampliar mais R$ 91 bilhões para os bancos.

Apesar de tanta ajuda do governo, o dinheiro não chega aos clientes. As empresas e pessoas físicas não conseguem obter crédito e estão com dificuldades para renegociar dívidas. O que se vê são empréstimos represados, juros aumentados e prazos de pagamento reduzidos, mesmo em momento em que todos precisam de algum tipo de crédito.

Um governo sério tomaria medidas para obrigar os bancos a repassar o dinheiro liberado para ajudar a aquecer a economia, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende resolver a questão com dispositivos inseridos na PEC 10/2020, a do “Orçamento de Guerra”, em apreciação no Senado, que autoriza o BC a comprar diretamente créditos públicos e privados, cujo impacto ainda não foi estimado.

No fim, os bancos vão continuar lucrando e a população, pagando a conta.

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