Bancários de todo país podem entrar em greve ainda nesta semana. Após 18 rodadas de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os representantes das instituições financeiras estão se negando a realizar reposição salarial e querem reduzir direitos.
A categoria bancária reivindica o reajuste dos salários com base na inflação, mais 5% de aumento real; a manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste; a garantia dos empregos; o fim das metas abusivas; combate ao assédio moral; e o acompanhamento dos funcionários com sequelas da Covid-19.
Somente no segundo trimestre do ano, o Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander reportaram um crescimento do lucro líquido conjunto de 20,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Somado ao lucro obtido pela Caixa Econômica Federal, em 2022 os cinco maiores bancos do país já lucraram mais de R$ 56 bilhões.
Os balanços divulgados pelas instituições financeiras demonstram que apenas o valor arrecadado com tarifas e serviços paga toda folha de funcionários e ainda sobra lucro. Ou seja, promover a reposição salarial é o mínimo que essas empresas podem apresentar aos trabalhadores.
“É preciso deixar claro para a população que, em caso de greve, a culpa não é dos bancários. Nossa categoria é a que mais adoece em razão do trabalho no país, tanto fisicamente quanto psicologicamente, mesmo assim nos esforçamos diariamente para oferecer o melhor serviço à sociedade. Enquanto isso, os bancos – que fazem parte de um dos setores que mais lucram no Brasil – insistem em explorar, com metas cada vez maiores e com a sobrecarga de tarefas. Queremos condições dignas de trabalho e, por isso, lutamos pela reposição salarial e a manutenção dos nossos direitos”, afirma Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região.