Apesar de terem obtido lucro recorde de R$ 53,8 bilhões no ano passado, elevação de 15% ante 2016, os três maiores bancos privados em atividade no país – Bradesco, Itaú e Santander – cortaram quase 18 mil postos de trabalho.
O spread bancário, diferença entre o que as empresas pagam na captação de recursos e o que cobram ao conceder empréstimo ao consumidor, é um dos responsáveis pela bonança. É bom lembrar que o Brasil tem um dos maiores juros do mundo e as organizações financeiras aproveitam o momento de crise, em que os riscos crescem, para elevar as taxas e abusar ainda mais.
Desta forma, os bancos ganham em qualquer cenário, por isso, os lucros estão sempre em curva ascendente. Mesmo com o desemprego em níveis recordes, a redução do poder de compra e, consequentemente, queda do consumo, a receita cresce por conta das taxas de serviços cobradas ao cliente.
O corte de custo com pessoal também ajuda. Os bancos reduzem consideravelmente o número de funcionários, transferindo o trabalho para o correntista, que, sem saber, assume a responsabilidade por possíveis erros de transação. Tudo em nome do dinheiro. É a lógica perversa do sistema financeiro.
Fonte: SBBA