Terminou sem avanços a reunião entre a federação dos bancos (Fenaban) e os representantes dos trabalhadores para discutir o tema igualdade de oportunidades na quarta-feira 15. Um dos pontos sem progresso é a divulgação das informações referentes ao plano de cargos, carreiras e salários (PCCS) das instituições financeiras, antiga reivindicação do movimento sindical.
A alegação dos bancos, segundo relata a diretora executiva do Sindicato Neiva Ribeiro (na foto, de blusa preta), é evitar concorrência. “Queremos saber os critérios objetivos para o encarreiramento, já que os dados do censo constatam que mulheres, negros e pessoas com deficiência raramente são contemplados nas promoções para os cargos com melhores salários, como diretoria e superintendência.”
O movimento sindical novamente cobrou os dados brutos do censo sobre a categoria bancária e o recorte de gênero da mulher de pele preta, que despareceu da última edição. A porcentagem de pretos e pardos aumentou de 18% em 2008 – ano do primeiro censo da categoria bancária – para 24% em 2014, quando foi elaborada a segunda edição.
Entretanto, o número de pessoas de pele preta representa apenas 2,3% destes 24%. Esse dado ainda não detalha separação de gênero, o que impossibilita quantificar as mulheres negras trabalhando nos bancos. “Queremos saber se o número se manteve, diminuiu ou aumentou, o que seria motivo para comemoração” , diz Neiva.
A dirigente salienta que os bancos têm em mãos o resultado do censo desde março, e que por isto já deveriam ter elaborado propostas para diminuir discrepâncias dentro do ambiente de trabalho. “Tínhamos uma expectativa de que a Fenaban fosse apresentar um planejamento de como pretende combater desigualdades salariais entre homens e mulheres e as promoções aos postos de melhor remuneração, assim como dar oportunidades de inclusão e ascensão aos negros e às pessoas com deficiência, o que não ocorreu”, critica.
Assédio sexual – Com relação a proposta de combate e prevenção ao assédio sexual, a Fenaban indica que as denúncias devem ser feitas pelo canal mantido pelo Sindicato. Na reunião, cartilha com propostas para o combate ao assédio sexual elaborada pela Contraf-CUT foi apresentada à federação dos bancos, que solicitou prazo maior para avaliar a possibilidade de criação de um grupo de trabalho formado por representantes das instituições financeiras e dos trabalhadores a fim de discutir o tema.
IInformações do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.