O lucro dos bancos brasileiros se mantém alto independentemente da situação econômica do país, seja em momentos de crise ou de prosperidade, diz um artigo publicado na quinta-feira (2) pela revista britânica “The Economist” (veja o texto original aqui, em inglês).
O artigo cita que o setor bancário se manteve lucrativo tanto no período de hiperinflação na década de 1980 e início dos anos 1990 como durante a maior recessão econômica do país, entre 2015 e 2016. O momento agora é menos turbulento, segundo a “Economist”. Ainda assim, os bancos registram lucros elevados.
Nem mesmo a queda da taxa básica de juros (Selic), que caiu de 14,25% em outubro de 2016 para 6,5% ao ano atualmente, foi capaz de reduzir a lucratividade dos bancos, como esperavam alguns analistas.
De acordo com a revista, há algumas explicações para isso. A primeira é a baixa competição no setor, dominado por cinco grandes bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco e Santander). Segundo o artigo, essa concentração ficou ainda maior nos três últimos anos, após o HSBC ser comprado pelo Bradesco e o Citibank vender suas operações de varejo para o Itaú.
Além disso, o texto afirma que o governo tem sua parcela de culpa na regulação do setor e por usar bancos públicos para financiar setores ou projetos de seu interesse, deixando as pessoas físicas e pequenas empresas nas mãos das instituições privadas.
Mas há uma luz no fim do túnel, de acordo com a “Economist”. As fintechs (empresas financeiras de tecnologia) têm ajudado a tornar o setor bancário um pouco mais competitivo ao oferecerem serviços mais baratos do que os grandes bancos.
Outras ações, como as novas regras para o rotativo do cartão de crédito, que o obriga os bancos a oferecerem uma opção de juros mais vantajosa ao consumidor que ficar mais de 30 dias nessa modalidade, também podem contribuir para a redução no custo dos empréstimos, segundo o artigo.
Fonte: UOL