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BB admite perda de dinheiro com reestruturação

""O Banco do Brasil admitiu que os processos de reestruturação do banco público e de ampliação do BB Digital, que acontecem concomitantemente, geram perda de dinheiro para a instituição. A afirmação foi feita por representantes do banco durante mesa temática com dirigentes sindicais, realizada na sexta-feira 3.

“É simbólico que o BB admita que as mudanças pelas quais passa o banco acarretem em redução de recursos. Isso quebra o discurso da eficiência, justificativa da gestão Cafarelli para promover um verdadeiro desmonte da instituição. Que eficiência é essa que coloca o banco em risco? Qual a razão de avançar com tamanha agressividade em processos que geram prejuízos e insegurança aos trabalhadores? Parece óbvia a conclusão de que querem enfraquecer o BB para uma futura privatização”, critica o diretor do Sindicato e bancário do BB João Fukunaga.

“Além do prejuízo financeiro para a instituição, a atual gestão do BB promove aumento da sobrecarga de trabalho e precarização do atendimento com a redução do número de funcionários. Cobramos mais respeito e transparência com clientes e bancários”, acrescenta.

Reestruturação –Um representante da Dipes (Diretoria de Pessoas) apresentou aos dirigentes um panorama do quadro de nomeações na instituição. Segundo ele, até o 1º de fevereiro, 4.200 funcionários foram incluídos na VCP (Verba de Caráter Pessoal) – que mantém por quatro meses os salários de bancários descomissionados – e cerca de 1.500 funções estarão abertas de forma exclusiva para serem preenchidas por esses trabalhadores.

“Acontece que, nessas 1.500 funções, os bancários não terão o mesmo salário. Em alguns casos, como gerentes de negócios e gerentes gerais, a redução chega a 50% do salário. Vamos continuar cobrando que os trabalhadores não sejam ainda mais prejudicados pelo processo de reestruturação”, critica a também dirigente e funcionária do BB Adriana Ferreira.

“Segundo o banco, não haverá excesso de caixas. Entretanto, queremos saber por praça a situação desses trabalhadores. O excesso pode não ocorrer rm nível nacional, mas pode existir em algumas cidades”, acrescenta Adriana.

Foi anunciado ainda que, na segunda-feira 6, será aberto novo processo TAO (Talentos e Oportunidades) especial, para funções em VCP.

BB Digital –Na reunião, os representantes do BB reafirmaram a intenção do banco de criar 255 escritórios digitais até o final do ano, meta superior à de bancos privados como, por exemplo, o Itaú.

“Reforçamos nossa preocupação com a forma a toque de caixa como o BB promove essa ampliação. Não é papel do banco público precarizar o atendimento bancário, muito menos da direção do mesmo sobrecarregar funcionários e discriminar a população mais carente, que não tem acesso aos canais digitais, para forçar um novo modelo de atendimento”, enfatiza a dirigente sindical.

Segundo Adriana, ficou claro durante a reunião que a Dipes possui autonomia apenas para fazer política visando à execução das estratégias da direção do banco, mas não em relação a questões relacionadas com os funcionários da instituição. “Quando fazemos perguntas objetivas, diretas, os representantes da Dipes se esquivam. Chega a ser uma ironia o nome dessa diretoria. Afinal, as pessoas estão lá no final da lista de prioridades.”

Gestão –Para João Fukunaga, a gestão Cafarelli é diretamente responsável pelos prejuízos no balanço do banco, advindos da forma como são conduzidos os processos de reestruturação e ampliação do BB Digital. “É evidente que a Dipes não é mais um departamento de gestão de pessoas e sofre interferência direta da presidência nas suas ações. O presidente do BB foi alçado ao cargo pelo atual governo justamente para colocar em prática o desmonte da instituição.”

“Vamos continuar cobrando estrutura adequada nos escritórios digitais e agências convencionais, assim como a justa realocação de funcionários considerados excedentes no âmbito da reestruturação, sem perda salarial. No próximo dia 7 vamos promover protestos e, em audiência, relatar ao Ministério Público todos os graves prejuízos acarretados por esse desmonte promovido pelo governo federal”, conclui o diretor do Sindicato.

 
Para Ana Smolka, dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região e representante do Paraná nas negociações com o banco, é inacreditável que o BB não pense no sofrimento das pessoas que estão sendo prejudicadas pelo processo. "O banco não enxerga as lágrimas que estamos tendo que secar de todos esses trabalhadores que são vítimas da reestruturação".
 
 
Fonte: Bancários de São Paulo, Osasco e Região

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