O Banco do Brasil anunciou ter registrado lucro líquido de R$ 8,034 bilhões em 2016, 44,2% abaixo dos R$ 14,4 bilhões obtidos no ano anterior. O lucro foi impactado pelo aumento das provisões, pela queda do faturamento em pessoa jurídica e também pelo lucro de 2015 ter tido evento extraordinário positivo de 3 bilhões de reais com a venda da BB cartões.
Segundo análise feita pelo Dieese, houve um expressivo fechamento de postos de trabalho no BB em 2016 devido à adesão de mais de 9,4 mil trabalhadores ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), anunciado em novembro.
Foram extintos 8.569 postos de trabalho em doze meses e, com isso, o banco registrou um total de 100.622 trabalhadores em dezembro de 2016. O plano de reorganização institucional está sendo implementado e prevê o fechamento de 402 agências, com outras 379 passando a ser postos de atendimento.
Aumento de 7,8 bilhões nas provisões de crédito de liquidação duvidosa reduziu o lucro
A decisão da empresa de aumentar em 33% a PCLD, provisão para créditos de liquidação duvidosa (de 23 bi para 31 bi), impactou negativamente o lucro de 2016. Da PCLD de 2015, 3,2 bilhões foram revertidos em 2016, o que cobriu os custos com o PEAI (1,4 bilhões). Analisando esse histórico e as medidas implementadas internamente na empresa, vislumbra-se que parte da PCLD de 2016 será revertida para incrementar o lucro de 2017.
Para Rafael Zanon, da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o aumento excessivo da provisão para créditos de liquidação duvidosa do BB – PCLD causa preocupação. "O crescimento dessa provisão reduz o lucro, impacta a imagem do BB na sociedade e diminui o montante de PLR a ser distribuído. O momento escolhido nos preocupa, já que vivemos um forte ataque ao Banco público. Só interessa aos bancos privados um enfraquecimento da imagem do BB perante a sociedade, preparando o terreno para a privatização"
Tarifas X Despesas de pessoal
As receitas com serviços e tarifas totalizaram R$ 24 bilhões com alta de 7,3%, enquanto as despesas com pessoal somaram R$ 22,9 bilhões, uma alta de 10,2%. Com isso, o índice de cobertura foi de 104,9% em dezembro de 2016.
Veja aqui a análise do balanço do BB feita pelo Dieese.
Prazos para pagamento de PLR
Conforme definido no Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho sobre a PLR, o pagamento deve ser realizado “em até dez dias úteis após a data de distribuição dos dividendos ou JCP-Juros sobre Capital Próprio aos acionistas”. O BB divulgou que pretende pagar os acionistas até o dia 10 de março de 2017. Esse é o prazo final, podendo ser pago antes.
Apesar de estar previsto no acordo coletivo o pagamento de participação nos lucros até dez dias depois do pagamento dos acionistas, o BB costuma pagar aos funcionários no mesmo dia dos acionistas.
Clique aqui para ler a íntegra do Acordo sobre PLR BB.
Imposto de Renda sobre PLR
Desde 2013, fruto da mobilização do movimento sindical, os bancários também têm direito a uma tabela de tributação exclusiva da PLR, que garante isenção para quem recebe até R$ 6.677,55 e descontos a partir desse valor. Assim, todos pagarão menos imposto de renda, independentemente de quanto recebem como participação nos lucros.
É importante lembrar que a tributação se dá sobre a PLR da CCT somada ao valor dos programas próprios de participação nos lucros de cada banco. E também que a cobrança da Receita tem como referência todos os valores recebidos dentro do ano fiscal, ou seja, a segunda parcela da PLR do ano anterior, que é paga até março, e a primeira parcela da PLR do ano corrente, paga no segundo semestre.
Fonte: Sindicato dos Bancários do Distrito Federal