Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação.
Após ser divulgado que o ex-procurador da República Rodrigo Janot teria a intenção de atirar no ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, sob o argumento de defender sua filha de acusações de corrupção feitas por ele (que também teve sua esposa, que é advogada, acusada de defender acusados na operação Lava-Jato que seriam julgados por Gilmar), o STF aprofundou ainda mais a crise moral e ética que atravessa o Judiciário brasileiro, demonstrando a falta de credibilidade e a parcialidade daqueles que deveriam atuar com a função de ter a decisão final sobre qualquer processo que não tenha um fim na primeira instância da justiça.
Eles demonstram que não estão preocupados com aquele cidadão que, por meio dos impostos, paga os seus salários e suas mordomias, deixando de atuar em defesa da população e da Constituição, representando apenas os interesses da elite política e econômica que comanda o país.
Desta vez, Gilmar Mendes, que já mandou soltar vários acusados de corrupção no Rio de Janeiro – incluindo empresários do ramo de transporte ligados à sua família – agiu claramente para evitar que Flávio Bolsonaro (o filho do presidente da República) continue sendo investigado no “Caso Queiroz”. O ato do ministro reforça a ação de Dias Toffoli, presidente do STF, que já havia encaminhado a paralisação das investigações.
Enquanto um cidadão comum que comete qualquer deslize, descumprindo a legislação é intimado, procurado e às vezes preso sem sequer ser julgado, o filho de Jair Bolsonaro segue escondendo-se das leis e da Justiça. A falta de ética e a moral distorcida do presidente em não investigar e punir crimes cometidos dentro da sua própria família demonstra que as blindagens que estão sendo feitas para que as investigações e as punições para os crimes de Flávio, Queiroz e família só podem ser criminosas. Caso contrário, tudo já estaria esclarecido.