Após sete dias de greve nacional, os bancários dos bancos privados, do BB e da CEF retornaram ao trabalho seguindo a orientação do Comando, mas com o sentimento de que muito mais poderia ter sido conquistado.
Sem um acordo nas cláusulas específicas, os bancários do Banco do Nordeste não tiveram outro recurso a não ser manter a greve na tentativa de pressionar a diretoria do banco. E, em meio à luta por mais contratações, aumento na PLR, implementação de Vale Cultura e Ponto Eletrônico, no 11º dia da greve, os funcionários do BNB foram surpreendidos por e-mails com conteúdos intimidadores. Os comunicados afirmavam que, caso os bancários não voltassem ao trabalho, haveria corte no ponto, seria retirado a única proposta feita aos trabalhadores e ajuizado o dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho. Diante de tais abusos, o SEEB/VCR denunciou ao Ministério Público do Trabalho cobrando o impedimento dessas arbitrariedades.
Depois de 13 dias em greve, os bancários da base se reuniram em assembleia para avaliar o quadro da mobilização nos nove estados. Como forma de protesto, a categoria recusou a proposta do BNB, porém, ficando deliberada a adesão ao Acordo Coletivo e o fim da greve, por conta da conjuntura nacional.
Com o anúncio do fim da paralisação, o BNB chamou os bancários para uma negociação, na próxima segunda-feira (20), em Fortaleza, para discutir o não desconto dos dias parados.
Para o diretor suplente do Sindicato e bancário do BNB, Lázaro de Lima, o fato de não ter as reivindicações aceitas faz repensar alguns processos e recorrer aos meios judiciais para pressionar o banco. “Temos algumas reivindicações como a reavaliação do PCR, a isonomia, que são pontos que o BNB já concordou em atender, mas não o fez. Nossa Campanha foi bastante positiva, principalmente em relação à mobilização dos colegas, mas nossa luta não se encerra por aqui”, conclui.