Por Professora Francisca
Ninguém aguenta mais. O presidente Jair Bolsonaro já extrapolou todos os limites de sua insanidade. A inflação voltou e corrói os salários, principalmente da população mais pobre. O desemprego continua nas alturas e as pessoas que conseguem emprego vivem a realidade do trabalho totalmente precarizado, sem nenhum direito. A vida está difícil para quem tem trabalho, imagine para os desempregados.
A fome avassala os lares brasileiros e as mulheres sofrem com dor delas próprias por não terem como alimentas seus filhos e pela dor dos filhos. Ninguém explica como um país que havia deixado o Mapa da Fome, com tantas terras e tantas riquezas naturais há gente passando fome.
Um país que se desindustrializa por causa da política econômica errada, entreguista e subserviente aos interesses dos Estados Unidos, contra a classe trabalhadora. Destruidora da natureza e dos direitos trabalhistas, sociais e individuais.
E sempre quem sofre mais com a crise são as mulheres. Porque são elas que têm sobre os seus ombros a responsabilidade de administrar o orçamento doméstico, cuidar da casa, dos filhos e, muitas vezes, do cônjuge.
Por isso, os movimentos feministas se aliaram para gritar a plenos pulmões no dia 4 de dezembro: Bolsonaro Nunca mais. As mulheres são as que mais sofrem porque perdem o emprego primeiro e arcam com o peso da falta de dinheiro. Além disso com esse desgoverno, a violência cresceu no quinto país mais violento contra as mulheres.
O assédio moral no mundo do trabalho é mais persistente contra as mulheres, que também sofrem assédio sexual e são agredidas em suas casas, onde deveriam estar mais protegidas.
Desde a derrubada de Dilma Rousseff, em 2016, as políticas públicas para atender as necessidades das vítimas de violência têm sido abandonadas, além de termos um presidente que incentiva a opressão de gênero com discursos misóginos.
Ganhamos salários 34% menores que os homens, informa a agência de empregos Catho, no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) essa diferença é de 16%. Mesmo com mais estudos, as mulheres ainda ganham menos.
A divisão do trabalho doméstico praticamente inexiste no país. Enquanto as mulheres dedicam quase 22 horas semanais nos afazeres domésticos os homens destinam 11 horas somente. Ao mesmo tempo 17 milhões de meninas e mulheres disseram ter sofrido algum tipo de violência entre meados de 2020 e de 2021.
Portanto, faxineiras, professoras, médicas, jornalistas, vendedoras, enfermeiras, advogadas, juízas, enfim todas as profissões e as estudantes prometem permanecer nas ruas para dizer que o machismo mata e o feminismo liberta. Liberta as nossas mentes da prisão do patriarcado. Porque não existe democracia sem mulheres na política, no poder.
Somos mais da metade da população e lutamos por respeito à nossa dignidade. Queremos viver livres. Queremos ser donas do nosso destino. Queremos levar a vida sem medo.
Vamos todas tomar as ruas do país e mais uma vez mostrar para a sociedade o nosso protagonismo contra um governo misógino, racista, LGBTfóbico e que atua contra os interesses nacionais e do povo.
Então, no dia 4 de dezembro, proteja-se com máscara e álcool gel, mas vá à manifestação de sua cidade gritar por nossos direitos, pelos direitos de quem vive do trabalho, por equidade entre os gêneros, por justiça e por respeito. E para conquistarmos nosso lugar no mundo, neste momento, é preciso dizer bem alto: Bolsonaro Nunca Mais.
Professora Francisca é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.
Fonte: CTB.