- Bradesco lucra 7,626 bilhões no 1º semestre de 2020
- O número representa queda de 40%, em relação ao mesmo período de 2019
- Porém, se comparado ao 1º trimestre deste ano, houve crescimento de 3,2%
- Banco reduziu 2.411 postos de trabalho em doze meses
- 414 agências foram fechadas no período
O Bradesco lucrou R$ 7,626 bilhões no 1º semestre de 2020, queda de 40%, em relação ao mesmo período de 2019 e crescimento de 3,2% comparado ao 1º trimestre de 2020 (o lucro do 2º trimestre foi de R$ 3,873 bilhões).
De acordo com análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados relatório apresentado pelo banco na manhã desta quinta-feira (30), a holding encerrou o 1º semestre de 2020 com 96.787 empregados, com redução de 2.411 postos de trabalho em doze meses e foram fechadas 414 agências no período. Apenas no 2º trimestre, período afetado pela pandemia do COVID-19, foram fechados 447 postos de trabalho e 233 agências, apesar do compromisso assumido pelo banco de não demissão enquanto durar a pandemia.
“O compromisso do banco era preservar os empregos, com oportunidades para que os funcionários fossem reaproveitados neste novo modelo. Além da saúde e de preservar a vida, nossa prioridade é garantir o emprego dos funcionários. O balanço demonstra que mesmo em crise o setor continua tendo crescimento e lucro”, lembrou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.
A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado –ROE) ficou em 11,8%, com redução de 8,8 pontos percentuais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, as reduções do lucro líquido no período estão relacionadas, principalmente, às maiores despesas com PDD, que foram impactadas pelo reforço de provisão de R$ 3,8 bilhões, em consequência do cenário econômico adverso. No trimestre, porém, o desempenho resultou de redução de 2,5% nos custos em relação ao trimestre anterior e ao crescimento da margem financeira.
Um item com forte impacto nos resultados da instituição foi a conta de impostos e contribuições, que passou de uma despesa de, aproximadamente, R$ 3,8 bilhões para uma receita de R$ 16,7 bilhões, devido à entrada de créditos tributários, revertendo o resultado negativo antes dos impostos, de R$ 9,7 bilhões.
A carteira de crédito expandida do banco apresentou alta de 14,9% em doze meses e 0,9% no trimestre, atingindo R$ 661,1 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 12,3% em doze meses, chegando a R$ 236 bilhões. Os destaques no segmento foram o crédito pessoal (+22,1%), financiamento imobiliário (+18,8%), o crédito rural (+18,0%) e o crédito consignado (+14,2%). Já as operações com pessoas jurídicas (PJ) alcançaram R$ 425,1 bilhões, com crescimento de 16,4% em doze meses. O segmento de grandes empresas cresceu 18,2%, enquanto a carteira de Micro, Pequenas e Médias Empresas, cresceu 11,7%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias caiu 0,2 pontos percentuais em doze meses e ficou em 3%. As despesas com devedores duvidosos (PDD), por sua vez, subiram 46,6%, totalizando R$ 15,5 bilhões, em função da perspectiva do banco frente ao cenário econômico atual.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 1,1% em doze meses, totalizando R$ 12,9 bilhões. As despesas de pessoal, incluindo a PLR, também caíram no período (-4,6%) atingindo R$ 10,2 bilhões. De acordo com o relatório, esse resultado das despesas de pessoal reflete “benefícios com o plano de desligamento voluntário (PDV) de 2019”, e, no trimestre, à queda na despesa com PLR, em função da queda no lucro. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 127,1%.
Fonte: Contraf.