O Bradesco obteve lucro líquido ajustado de R$ 4,161 bilhões no segundo trimestre, número que aponta queda de 7,6% sobre o resultado obtido no mesmo período do ano passado. O lucro líquido contábil caiu na mesma proporção e ficou em R$ 4,134 bilhões.
O desempenho ficou aquém do esperado por analistas ouvidos pelo Valor, cujas projeções indicavam, na média, lucro ajustado de R$ 4,247 bilhões para o segundo maior banco privado do país.
A margem financeira total do Bradesco aumentou 10,5% na comparação anual, chegando a R$ 14,962 bilhões. No entanto, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) subiram 41,5%, alcançando R$ 5,024 bilhões entre abril e junho.
As receitas com prestação de serviços avançaram 8,3%, para R$ 6,624 bilhões. As despesas administrativas e de pessoal ficaram em R$ 8,152 bilhões no segundo trimestre deste ano, com alta anual de 8,1%.
Na comparação com o estoque de março de 2016, a redução também foi de 3,4%. O banco atribui parte da queda em relação aos três primeiros meses do ano à variação cambial.
Em 12 meses, a carteira de crédito de micro, pequenas e médias empresas apresentou a maior baixa, de 12,9%. Os financiamentos a grandes empresas caíram 3,4%. A única linha a apresentar aumento foi a de pessoas físicas, com variação de 3,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Revisões
O Bradesco revisou uma série de projeções para o resultado do banco neste ano após o balanço do segundo trimestre. O “guidance” para a carteira de crédito foi reduzido para um intervalo que varia entre uma queda de 4% e estabilidade. A estimativa anterior era de um crescimento entre 1% a 5%.
O banco agora estima que a carteira de pessoas jurídicas sofra uma redução entre 3% e 7%, contra uma expectativa anterior de estabilidade a uma alta de 4%. Nos financiamentos a pessoas físicas, a projeção, que era de um aumento de 4 a 8%, passou para uma alta de 1 a 5%.
Nos últimos 12 meses até junho, o saldo da carteira de crédito do Bradesco registra redução de 3,4%.
O banco também aumentou a estimativa para a despesa de provisão para devedores duvidosos neste ano para uma faixa entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões. A projeção anterior era de R$ 16,5 bilhões a R$ 18,5 bilhões.
No primeiro semestre, as despesas de provisão do Bradesco somaram R$ 10,5 bilhões, alta de 46,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar da redução maior esperada na carteira de crédito, o banco melhorou a perspectiva para a margem financeira de juros neste ano. A estimativa agora passou a ser de uma alta de 7 a 11%, ante uma expansão entre 6 a 10% prevista anteriormente.
O Bradesco também reduziu o guidance das despesas operacionais, que passou para um aumento de 4,5 a 8,5% para uma expansão de 4 a 8%.
Fonte: O Valor Econômico