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Brasil teve recorde de candidaturas LGBTQIA+ eleitas. Pessoas trans se destacam

É um avanço, mas ainda temos um caminho logo a percorrer, afirma o secretário nacional LGBTQIA+ da CUT Nacional, Walmir Siqueira. Pelo menos 255 pessoas LGBTQIA+ foram eleitas no último domingo (6)

Ao menos 255 pessoas LGBTQIA+ foram eleitas no último domingo (6). Pela primeira vez, esse número apresentou um crescimento de mais de 100% em relação as eleições municipais de 2020. O levantamento, que foi divulgado nesta segunda-feira (7), é da organização não governamental VoteLGBT, que vê avanço da inclusão e diversidade na política do país.

De acordo com a pesquisa 28 candidaturas obtiveram sucesso em 13 capitais brasileiras. 22 são mulheres, sendo 15 delas negras, e 5 trans. A maioria é oriunda de partidos da esquerda, como PT, PSOL, PDT, PSB.

As mulheres trans negras também se destacaram de forma expressiva nas eleições de 2024, fato que se repetiu em 2022.  Na capital de São Paulo, por exemplo, três candidaturas eleitas foram de mulheres trans. Em Porto Alegre (RS) foram cinco lideranças LGBT+ eleitas, o maior número entre os municípios, enquanto São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Belo Horizonte e Fortaleza elegeram três lideranças LGBT+ cada.

“É um avanço sem dúvida, mas ainda temos um caminho logo a percorrer. O resultado das eleições de domingo com recorde de pessoas trans eleitas, mostra que o investimento político dos partidos de esquerda, que dão espaço e diversidade para a comunidade, está correto”, diz o secretário nacional LGBTQIA+ da CUT Nacional, Walmir Siqueira.

Em outubro do ano passado, a CUT criou, juntamente com outras três pastas, a Secretaria Nacional LGBTQIA+ , durante o 14º Congresso Nacional da Central (CONCUT). Agora, a representatividade da comunidade LGBTQIA+ no mundo do trabalho se torna política definitiva da Central.

Cidades que elegeram LGBTQIA+

Muitas das candidaturas eleitas foram em cidades pequenas. Entre elas, nove cidades que têm menos de 50 mil habitantes, elegeram as candidatas transexuais com o maior número de votos. São elas: Natividade (RJ), Patrocínio Paulista (SP), Entre-Ijuís (RS), Bariri (SP), Piraju (SP), Itaguajé (PR), Turiaçu (MA), Campo Novo do Parecis (MT) e Santo Antonio do Amparo (MG).

São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, teve o seu primeiro vereador homossexual eleito na história da cidade.

“O que se destacou nessas eleições foi a inclusão da orientação sexual e identidade de gênero no registro oficial das candidaturas. Um marco histórico frente ao apagão de dados que a comunidades LGBT+ enfrenta no Brasil”, celebra o secretário da CUT Nacional.

Dados do Antra
Já o levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado na segunda-feira (7), mostra que 26 vereadores e vereadoras transexuais foram eleitas e eleitos nessas eleições municipais. Apesar de comemorado, esse  número ainda é menor que o de 30 pessoas trans eleitas em 2020.

A Antra em texto publicado em sua página oficial, destaca que “ a maioria foi eleita em cidades do interior com forte representação de partidos progressistas, maioria de mulheres trans e travestis e com destaque para candidaturas negras”.

A Associação chama atenção para a ausência de dados sobre pessoas não binárias e intersexo no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirma que muitas pessoas que se declararam trans junto à Corte o fizeram de forma equivocada.

Fonte: CUT

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