Neste dia 24 de abril, foi oficialmente comunicado o encerramento dos contratos de prestação de serviços de telefonia nas agências da Caixa. O primeiro efeito disso é o desemprego em massa: mais de 4000 trabalhadoras e trabalhadores, a maiorias mulheres, muitas delas há mais de 20 ou 30 anos na empresa, serão demitidos, assim, de uma hora para a outra, sem respeito, sem levar em consideração quem está prestes a se aposentar e, com idade avançada, dificilmente conseguirá uma nova colocação, etc. Não haverá análise individualizada, critérios; nada. É demissão em massa mesmo. Equivalente ao fechamento de mais de uma fábrica inteira.
Do outro lado desta medida, está o reflexo sobre empregados e clientes, que, mais uma vez, serão os que vão pagar o pato pelo fim deste serviço. A Caixa diz que haverá uma central com 40 telefonistas para dar conta do serviço das cerca de 4000 telefonistas demitidas. Ora, mesmo que o contato telefônico com o banco esteja sendo reduzido, é evidente que reduzir 99% das trabalhadoras fará respingar atendimentos nas agências. Os empregados, que já estão sobrecarregados pela ausência de colegas, terão que assumir ainda mais atendimentos. Hoje, faltam mais de 17 mil empregados na Caixa. Em 2023, saíram quase 4200 colegas no PDV, e o novo concurso não chamou nem metade disso até agora, mesmo após quase 1 ano.
As telefonistas não apenas atendiam quem ligava para o banco, uma forma ainda bastante comum de contato, principalmente de clientes de mais idade ou de cidades e locais sem agência próxima. Elas também davam retorno àquele cliente que ficou de receber a informação sobre seu FIES, sua demanda do cartão e várias outras coisas. Se a demanda inicial por ligações está em queda, há outras demandas novas que surgem e poderiam ser atendidas pelas telefonistas. Com sua saída abrupta, é inevitável que os bancários tenham ainda mais trabalho, e que parte dos clientes fique ainda pior atendido.
O fim das telefonistas se junta à enorme redução de ASGs, que muitas vezes trabalham numa agência de manhã e se deslocam para outra pela tarde, como se uma unidade pudesse ficar sem limpeza por mais da metade do dia. É a famosa “economia do cafezinho”, cortando em tudo que compõe o entorno do trabalho bancário, seja em serviços mínimos para empregados e clientes, seja para uma melhor condição de trabalho. É parte indiscutível do projeto de esvaziamento e privatização da Caixa, que há um mês também vendeu mais ações de sua área de seguridade.
Defendemos a manutenção de todos estes empregos das telefonistas, ameaçados neste processo; a contratação de mais ASGs e copeiras, bem como de estagiários, sempre onde haja esta necessidade; e a ampliação do cadastro de reserva do último concurso de bancários, com o chamado, neste e no próximo concurso, dos 17 mil empregados a menos que fazem falta todos os dias nas unidades.
Fonte: APCEF/RN.