A Caixa Econômica Federal continua tratando os empregados com descaso. Após três rodadas de negociações da Campanha Nacional 2016, marcadas por sucessivos nãos e respostas evasivas às reivindicações dos trabalhadores, a empresa permanece em silêncio e não aponta para retomada dos debates da pauta específica. Entre os itens, destaca-se a revogação do RH 184, com a consequente garantia da incorporação da função e o fim dos descomissionamentos arbitrários. A contratação de mais empregados é outra demanda urgente.
“Nós sempre estivemos abertos ao diálogo, o banco é que tem mantido uma postura de intransigência e de desrespeito à categoria. Sem qualquer proposta às nossas reivindicações, empurrou os trabalhadores para a greve. É fundamental que a nossa paralisação continue forte e os empregados mobilizados para pressionar a empresa a negociar. Não aceitaremos retrocessos”, ressalta Dionísio Siqueira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco.
A primeira negociação com a Caixa ocorreu no dia 17 de agosto, oito dias após a entrega do documento com os pleitos visando a renovação do acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Na reunião, os representantes do banco foram categóricos: não há perspectiva de retomadas das contratações. Também não se pronunciaram sobre reivindicações como fim do caixa minuto, retorno da função de caixa, o funcionamento do Grupo Tripartite para tratar questões relacionadas à Funcef e utilização do superávit do Saúde Caixa.
Sete dias depois, em 24 de agosto, foi realizada a segunda negociação marcada pelo clima de descaso. Os interlocutores do banco afirmaram, por exemplo, que o processo de reestruturação foi suspenso, mas que as chefias estão liberadas para promover “ajustes” que visem melhorias. “Na prática isso quer dizer que elas podem perseguir empregados à vontade, pois terão respaldo do banco. Isso é um absurdo que não vamos tolerar. Os empregados terão de reagir à altura e ampliar a mobilização para que o respeito seja estabelecido”, diz Dionísio.
A terceira negociação, ocorrida no dia 30 de agosto, não foi diferente. Mesmo tendo recebido a pauta específica de reivindicações no dia 9, a direção da empresa não levou para mesa nenhuma proposta concreta às reivindicações relacionadas à saúde do trabalhador e condições de trabalho, GDP, Saúde Caixa, Funcef, aposentados, infraestrutura das unidades, segurança bancária, terceirização, Caixa 100% pública, contratação, jornada de trabalho/Sipon, carreira, isonomia e reestruturação.
Algumas reivindicações:
* Saúde do trabalhador
– Pausa de dez minutos a cada 50 trabalhados estendida a todos que fazem atendimento ao público, trabalham com entrada de dados ou têm movimentos repetitivos.
– Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho) organizada conjuntamente pelo Sindicato e a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Com toda a infraestrutura sendo garantida pela Caixa.
– Abertura obrigatória de CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) no prazo de 24 horas para todos os trabalhadores lotados na unidade, nas ocorrências de assalto.
* Saúde Caixa
– Alteração do caráter de consultivo para deliberativo do Conselho de Usuários.
– Fortalecimento dos comitês de acompanhamento de rede credenciada, incluindo custeio pela Caixa de despesas com viagens dos integrantes.
* Funcef
– Manutenção do Fundo para Revisão de Benefícios, com o banco público arcando com 100% do déficit causado nas situações em que foi utilizado o voto de Minerva. Além disso, o fim desse voto.
* Condições de trabalho
– Investimento maior da Caixa na Gilog e demais áreas que dão suporte às unidades. Uma das medidas seria que todos os estados passem a ter setores com essa atribuição.
– Fim do caixa minuto.
– Manutenção da função de caixa.
– Pagamento integral das funções.
– Garantia da substituição para todos os cargos, independente da causa ou período de afastamento.
– Revisão do conceito de “agência deficitária”.
– Imediata reposição, via concurso público, de todos os que saíram por meio do PAA (Plano de Apoia a Aposentadoria).
– Toda hora extra feita deve ser paga, com o fim do banco de horas.
– Fim do descomissionamento arbitrário e do GDP (Gestão de Desempenho Pessoal).
* Reestruturação
– Toda e qualquer reestruturação deve ser debatida previamente com a CEE/Caixa.
* Caixa 100% pública
– Manutenção da Caixa 100% pública como instrumento de fomento à economia, implementação de políticas públicas, e agente de regulação e moderação do Sistema Financeiro Nacional.
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