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Câmara vota pela democracia e mantém deputado bolsonarista golpista na cadeia

Por ampla maioria (364 a favor, 130 contra e 3 abstenções) a Câmara dos Deputados decidiu na noite desta sexta-feira (19) manter o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), no xadrez por fazer pregações golpistas e ameaçar ministros do STF.

Por Umberto Martins

O parlamentar se defendeu dentro da prisão por videoconferência durante o julgamento na Câmara dos Deputados. Apavorado, ele fingiu arrependimento e disse que extrapolou porque estava “com raiva”, implorou pela solidariedade corporativa, inclusive da oposição, e advogou em sua defesa o princípio da liberdade de expressão e a prerrogativa de imunidade parlamentar inscrita na Constituição.

Não convenceu seus pares. No vídeo, retirado do Youtube por determinação do ministro Alexandre Morais, do STF, Silveira defendeu o Ai-5 – que foi a negação da liberdade de expressão e imprensa – e fez questão de ofender 10 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O pavão neoliberal Luiz Fux foi a única exceção.

“Culhão roxo”

Entre outras coisas, o parlamentar bolsonarista revelou que o ministro Luiz Roberto Barroso gosta de “culhão roxo”, que o ministro Fachin é “covarde”, que Gilmar Mendes vende sentenças e se referiu ao ministro Alexandre Morais (que determinou sua prisão) como o ‘Xandão do PCC’.

Na sessão da Câmara Federal o bolsonarista tentou dar o dito por não dito. Não teve sucesso. Sua prisão pode ser atribuída a uma forte reação corporativa da Suprema Corte, que respaldou o golpe de Estado de 2016 e abriu caminho à eleição de Bolsonaro, rendendo-se à pressão de um general no julgamento de Habeas Corpus de Lula. Nem por isto deixa de ser uma vitória da democracia e um claro revés para a extrema direita, que deve ser acompanhado de um recrudescimento das ofensivas golpistas.

Também contribuiu para o resultado no Congresso os conflitos que o deputado golpista, arrogante e orientado pela sensação de impunidade, alimentou com os parlamentares do chamado Centrão, hostilizados pelo discurso da “nova política” bolsonarista.

Ocorre que hoje o Centrão tornou-se, por via da velha política, a tábua de salvação do presidente. Isto explica o constrangido e eloquente silêncio do Clã Bolsonaro diante da prisão do fiel aliado Daniel Silveira, isolado e abandonado como outros tantos soldados da extrema direita no curso desta curta história. Jair e seus barulhentos rebentos (01, 02 e 03), assediados pela Justiça, calaram covardemente, abandonando o fiel soldado bolsonarista ferido. É um episódio que também diz muito sobre o caráter do atual governo.

O deputado golpista (na foto, de camisa amarela) é o mesmo que quebrou uma placa em homenagem a Marielle Franco no Rio, a vereadora carioca cujo assassinato ainda não foi devidamente desvendado pela polícia. Preso por determinação do STF com a anuência do Parlamento, o extremista de direita pode ter o mandato cassado.

Fonte: CTB

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