Dia 28 de fevereiro é o Dia Mundial de Combate às LER/Dort. Dia em que os trabalhadores, sobretudo os que atuam no setor bancário, devem reforçar a importância da prevenção contra as doenças ocupacionais, que têm afetado profissionais cada vez mais cedo.
De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, em 2013 foram concedidos 76.400 benefícios de auxílio-acidentário por conta das LER/Dort, correspondendo a um terço dos 304 mil afastamentos por doenças ou acidentes de trabalho registrados no mesmo ano.
Os bancários estão entre os trabalhadores que mais sofrem com as doenças ocupacionais. A bancária Gabriela Lacerda foi diagnosticada com a LER e reconhece o valor da prevenção. “Ainda existe preconceito, pois muita gente acha que é exagero. Só mesmo quem passa por isso é que sabe a dificuldade que a gente tem no dia-a-dia. Com o tratamento as dores vão amenizando, mas o ideal é logo que começar a sentir as dores já procurar um profissional”, afirma a bancária.
De acordo com o médico ortopedista Argemiro Correia, é preciso que os bancos respeitem os intervalos e forneçam as condições necessárias para que as LER/Dort sejam extintas. “Na NR 17 é preconizado o intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, para fazer o alongamento. As empresas evoluídas, que são poucas, já tem o sistema de ginástica laboral que previne a LER. Os bancários tem apenas 15 minutos para almoçar e às vezes trabalham de oito a dez horas por dia. É impossível um trabalhador assim não ter LER. Se houvesse essa pausa para ginástica laboral a cada hora, certamente de 80% a 90% dos bancários não sofreriam com a lesão por esforço repetitivo”, destaca o médico.