Durante a reunião desta segunda-feira (13/04) entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários, foi feito um balanço dos impactos do coronavírus na economia e na saúde, após um mês de decretada a pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Mas, a situação da categoria, claro, foi o centro do debate.
A pandemia foi decretada em 11 de março. Já no dia seguinte, os sindicatos enviaram ofício à Fenaban para que fosse montado o comitê de crise, formado por representantes das entidades sindicais e dos bancos.
Na videoconferência, os sindicatos trataram das condições de trabalho, operacionalização das mudanças realizadas pelos bancos e das medidas provisórias que foram editadas pelo governo, especialmente a 927 e a 936, além da votação da MP 905 bem no meio da crise.
O Comando voltou a cobrar a intensificação da higienização das agências, no intuito de reduzir o risco de contágio, e que houvesse a padronização no tratamento em caso de suspeita de contaminação do bancário. Isso porque alguns bancos têm resistido ao fechamento das unidades.
Outra cobrança diz respeito ao fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual. Há casos de agências com falta de máscaras e álcool em gel. Os bancos afirmaram que já fizeram compras de uma grande quantidade de EPIs, inclusive, protetor facial. A expectativa é que o material esteja disponível em uma semana e meia em todas as unidades dos maiores bancos do país. O Sindicato dos Bancários da Bahia vai acompanhar e monitorar a entrega.
Presente na reunião, o presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, contou que o Comando voltou a cobrar os protetores de acrílico nas agências para aumentar a segurança dos trabalhadores. Alguns bancos já se comprometeram em implementar a medida. O objetivo é que todos adotem o mecanismo.
Hoje, graças à atuação dos sindicatos, 250 mil bancários trabalham em casa e 2.100 agências estão fechadas, por conta do teletrabalho. A representação dos bancários solicitou à Fenaban que as lactantes e mães com filhos menores fossem incluídas no grupo de risco, já que somente algumas empresas adotaram essa postura. Os bancos ficaram de dar retorno.
Como ainda há aglomeração na porta das agências, os sindicatos querem que as empresas contratem pessoas para ordenar as filas. Os profissionais devem ter a devida proteção, com fornecimento de equipamento adequado, e apoio das guardas municipais e Polícia Militar. Vale lembrar que, em Salvador, o Itaú já implementou a prática.
O Comando reivindicou ainda a aquisição por parte dos bancos de testes para diagnosticar o coronavírus entre a categoria. As empresas afirmaram estudar o mecanismo porque estão em falta no mercado.
Sobre as férias compulsórias e o banco de horas, estabelecidos por alguns bancos sem qualquer negociação com os sindicatos, a Fenaban reafirmou que a atitude está autorizada pela MP 927, que não exige o diálogo com as entidades sindicais.
O Comando considera um método ruim porque viola a negociação. A Federação alegou que esse tipo de tratamento é melhor do que as demissões. Mesmo assim, iria se reunir para tratar do assunto e dar uma resposta.
Outro informe passado pelas empresas é que, em razão do agravamento da crise, não descartam a implementação da MP 936, que prevê a redução de jornada com diminuição salarial, além da probabilidade de suspensão de contrato com uma compensação do seguro-desemprego, a ser pago pelo governo. “Reafirmamos que não vamos aceitar perda de direitos. Entendemos o momento delicado, mas os bancos representam o setor mais lucrativo da economia. Não faz sentido cortar a remuneração dos trabalhadores, afirmou Augusto Vasconcelos.
A opinião foi reforçada pelo presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, presente na reunião. Vale lembrar que o comitê de crise funciona diariamente e o Sindicato monitora a situação dos trabalhadores de todas as agências do Estado.
Fonte: SBBA.