Apesar de afirmar que resistirá ao “golpe”, a cada dia fica mais difícil a sobrevivência do governo Dilma. Diante da iminência de sair do cargo, a tese de defender novas eleições ganha força e já é defendida abertamente até por membros do governo.
Enquanto durou a salada ideológica – que desde a eleição de Lula apoiava o projeto político do PT e era composta por partidos das mais variadas matizes, sustentadas pelo fisiologismo -, o governo não implementou as reformas eleitoral, econômica e tributária que fortaleceriam a democracia e mudariam a forma de se chegar ao poder. Preferiu insistir nas alianças com a direita que, como se era de esperar, aproveitou a primeira oportunidade de fragilizar o governo para tentar chegar à direção do país.
Ao assumir de forma simplista a defesa da presidente, sem colocar claramente para os trabalhadores as contradições que o próprio governo criou, as direções de vários movimentos sociais não levaram em conta que defender Dilma é defender também Renan Calheiros, José Sarney, Paulo Maluf e todos os velhos aliados que meteram o Brasil nessa crise econômica e política.
Nem Temer, nem Cunha, nem Renan. Só os brasileiros podem ter o direito de colocar e retirar do poder aqueles que não cumprem o que manda a Constituição e os compromissos assumidos com o povo.
A crise política abre espaço para um novo arranjo político. Cabe agora às verdadeiras forças de esquerda, aos movimentos sociais e sindicais construírem uma grande frente em defesa do Brasil, fortalecendo a democracia e se tornando uma opção para a classe trabalhadora no enfrentamento das políticas conservadoras que continuarão na pauta do Congresso.
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