Para garantir o aumento dos lucros os patrões colocam em prática a política de maior exploração da mão de obra e o adoecimento dos trabalhadores torna-se uma consequência.
No ano de 2016, o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região realizou a abertura de 53 Comunicações de Acidente de Trabalho – CAT, sendo três destas reabertas no mesmo ano por duas vezes.
A LER/DORT foi a causa de 35 reaberturas – 28 do Bradesco, trêz do Itaú e uma do HSBC. O Bradesco foi responsável por demitir 15 bancários diagnosticados com LER/DORT. A partir de ação movida pelos advogados associados do SEEB/VCR, seis destes foram reintegrados.
Mais de 11 mil foram demitidos nas instituições financeiras no ano passado. Em 2017, a imprensa já anunciou a reestruturação da Caixa e BNB, após Itaú, Banco do Brasil e Bradesco já terem iniciado processos semelhantes. Esse quadro de desestabilidade do emprego do setor financeiro, em conjunto com a sobrecarga, o aumento das cobranças, o assédio moral e a precarização do trabalho, tem ampliado o número de adoecimento de trabalhadores no setor financeiro.
Apesar de altos, os números não dão conta de revelar a verdadeira dimensão adoecimento da categoria bancária. O presenteísmo, a prática de permanecer no ambiente de trabalho mesmo doente, é muito comum por receio das consequências do afastamento, como a perda da comissão nos bancos públicos e a estagnação na carreira para os bancários do setor privado.
A diretora de Assistência de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador, Giovania Souto, aponta as dificuldades para avançar na garantia deste direito. “A principal barreira encontrada pelo trabalhador para recorrer ao seu direito é a falta de reconhecimento da doença por parte do INSS e a omissão por parte dos bancos, que não assumem a responsabilidade pelo acidente de trabalho, se recusando a abrir a CAT ou tentando descaracterizar o acidente de trabalho por processo administrativo junto ao INSS para a alteração do código de 91 para 31”, destaca.
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