A participação da presidente Dilma no Congresso da CUT, no momento em que um possível pedido de impeachment concentra boa parte do foco midiático, tem o objetivo claro de mais uma vez pedir apoio das centrais sindicais para fazer a defesa do seu mandato.
No discurso, Dilma tenta defender as medidas fiscais e todo o processo de loteamento do governo e do país, abrindo mão de princípios éticos e ideológicos em nome de uma governabilidade que apenas sustenta o governo.
Por outro lado, os trabalhadores enfrentam sérias dificuldades com um governo que tem no comando da economia um banqueiro privado, que aplica sem pestanejar as regras do arrocho fiscal e econômico, do corte de direitos dos trabalhadores e da precarização dos serviços públicos, para resolver uma crise patrocinada pela total falta de escrúpulos nas relações entre partidos, empreiteiras, bancos e o governo, viciados em um sistema eleitoral que favorece a prática da corrupção, adotada pela imensa maioria desses partidos.
Enquanto os representantes da direita aproveitam as oportunidades e a fraqueza do governo para colocar em pauta todos os projetos contrários à maioria dos trabalhadores, as centrais sindicais tentam fazer a defesa de um governo que não tem apontado para a direção que realmente interessa à maioria do povo brasileiro.
Precisamos unir os trabalhadores em defesa das nossas reivindicações por um país com justiça social. Enquanto os bancários estão em greve por melhores condições de trabalho e salário, os banqueiros – vale salientar que o governo também é banqueiro,( CEF, BB, BNB) e por conta dos “ajustes econômicos “ promovidos por Joaquim Levy, orienta esses bancos a oferecerem reajustes abaixo da inflação. Aproveitando este cenário, cinicamente, os bancos privados adotam esta ideia e desrespeitam a categoria com uma proposta abaixo da inflação acumulada.
Os trabalhadores precisam ser respeitados. Quem movimenta a economia e constrói as riquezas do país não poder ser responsabilizado e pagar pelos erros cometidos por políticas deliberadamente equivocadas, que só beneficiam os mais ricos.
Mais do que nunca, é necessário que as representações dos trabalhadores sejam autônomas e independentes, buscando a união e objetivos comuns a todos na defesa intransigente do direito da classe trabalhadora, independente das bandeiras partidárias que estejam ocupando o poder.
Alex Leite é diretor de Imprensa e Comunicação do SEEB/VC