Em 2017, a diretoria do SEEB/VCR percorreu cerca de 47 mil quilômetros para realizar trabalho de base e acompanhar as condições de trabalho nas agências.
Logo no primeiro semestre, o Banco do Brasil fechou a agência Régis Pacheco e transformou a Barão do Rio Branco em PAA. Já no segundo semestre, o BB anunciou o fechamento de mais duas agências nos municípios de Jussiape e Tremedal. Outro problema foi a lentidão nas reformas das unidades explodidas, a exemplo de Itarantim, Jacaraci, Jussiape e Mortugaba.
O SEEB/VCR protocolou, em maio, uma pauta de reivindicações da base junto à superintendência do BB, pontuando questões estruturais nas agências da base e encaminhou uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho.
Em fevereiro, o Bradesco também transformou a agência de Ibicuí em PAA, o que aumentou a sobrecarga de trabalho nas cidades próximas.
A situação não foi diferente nas unidades do BB e Bradesco de Poções após a explosão em Boa Nova. O Sindicato passou a acompanhar de perto a situação das agências na cidade, que não possuem funcionários e infraestrutura suficientes para atender a demanda.
O cenário foi caótico durante todo o ano em Itapetinga devido à precariedade do funcionamento no sistema de ar-condicionado e à falta de bancários.
Enquanto a categoria passou a sofrer com maiores cobranças de metas, a população sofre as consequências de um serviço bancário precarizado, resultante das reestruturações somadas ao problema de segurança pública no estado. Só este ano, foram 87 ataques a bancos na Bahia, sendo três explosões e uma tentativa de arrombamento na base do SEEB/VCR. A única medida de segurança adotada na região, após muitas cobranças do Sindicato, incluindo denúncia ao Procon, que resultou em uma notificação para o banco, foi a instalação dos biombos no BB/Vitória da Conquista. “Um dos objetivos de nossa gestão é manter a nossa aproximação com a base. Foram inúmeros diálogos com as gestões do banco, inclusive com os superintendentes, com intuito de buscarmos melhorias para os trabalhadores”, esclarece Alberto Rocha, diretor Regional de Brumado.
Saúde
As consequências de uma política de reorganização dos bancos, visando apenas elevar o lucro, são sofridas diretamente por bancárias e bancários que estão cada vez mais adoecidos. Em 2017, foram abertos 58 Comunicados de Acidente de Trabalho – CATs, sendo 46 reaberturas. Mesmo em momento de adoecimento, os trabalhadores não deixaram de sofrer ataques. Neste ano, o INSS passou a alterar os códigos de processos em andamento, sem aviso prévio. Frente a isso, o Sindicato convocou uma reunião com a gestão regional do INSS para apresentar os casos específicos da base em uma tentativa de buscar soluções imediatas.
Agravando ainda mais a situação, o INSS apresentou nacionalmente um novo regimento para o auxílio-doença, determinando previamente a quantidade de retornos para perícia, ignorando o processo de recuperação do trabalhador.
Em novembro, o presidente do SEEB/VCR, Paulo Barrocas, participou da Audiência Pública convocada pelo MPT para discutir as questões do adoecimento bancário no estado. Para Giovania Souto, diretora de Saúde do SEEB/VCR, este foi um ano de vários retrocessos. “Neste ano, o INSS convocou diversos segurados para reavaliação do auxílio. Na base do nosso Sindicato, tivemos até trabalhadores aposentados sendo obrigados a retornar ao ambiente de trabalho, mesmo adoecidos”, denuncia.
Jurídico
O grande marco jurídico deste ano para a categoria foi a condenação do Itaú por assédio moral, pela 1ª Vara do Trabalho de Vitória da Conquista. Em 2014, o SEEB/VCR orientou os bancários a encaminharem as denúncias por casos de humilhação pública, condutas intimidatórias, entre outras ações, ao Ministério Público do Trabalho. O MPT ajuizou uma ação civil pública que resultou em um avanço importante.
No decorrer deste ano, foram realizadas diversas reintegrações na base e impetradas 17 ações coletivas contra o BB, BNB, Santander, Bradesco e CEF.
A participação do Sindicato no Seminário Nacional Jurídico, organizado pela Contraf, possibilitou também o compartilhamento de experiências e discussão sobre os novos passos após a aprovação da reforma trabalhista. “A nova legislação entrou em vigor em novembro e os seus impactos nefastos já foram sentidos até mesmo em algumas ações impetradas anteriormente que tiveram julgamento recente. O ano se encerra com esse marco de retrocesso na legislação trabalhista”, aponta Sarah Sodré, diretora de Assuntos Jurídicos do SEEB/VCR.