Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação.
Foi assim que o deputado e delegado Waldir, ex-líder do Partido Social Liberal (PSL), qualificou Jair Bolsonaro após saber das articulações do presidente da República para nomear o seu filho, Eduardo Bolsonaro, como líder do partido. Além de chamar Bolsonaro de “vagabundo”, o deputado disse que iria implodir o presidente, revelando a sujeira nos bastidores da campanha que elegeu o atual governante.
Esta é mais uma crise que envolve o partido do presidente, que convive desde o início do mandato com acusações de corrupção na troca de cargos para obter apoios e de participar de esquema de candidaturas de “laranjas” utilizando recursos do fundo partidário, envolvendo, entre outros, o atual ministro do Turismo Marcelo Álvaro, já denunciado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
Cada vez se torna mais evidente o desastre que vem sendo para a sociedade brasileira a eleição de um oportunista, que valendo-se de argumentos moralistas que ele mesmo nunca praticou, aproveitou um momento em que os eleitores estavam em descrédito com a política e os políticos (basta observar o número de abstenções e votos nulos) para chegar ao poder.
Foi assim que o “vagabundo” chegou à presidência, com o apoio dos setores empresariais dispostos a aumentarem seus lucros confiando no discurso da retirada de direitos dos trabalhadores, da exploração das terras indígenas e das áreas ambientais ainda protegidas, e dos militares que pretendiam manter seus privilégios na reforma da Previdência.
Se houvesse honestidade no governo, o presidente obrigaria o delegado a revelar a gravação que o faria “implodir”, provocando a renúncia do presidente ou um processo contra o deputado Waldir por calúnia. No entanto, o presidente e o delegado preferiram mais uma vez fazer um acordo de bastidores sem revelar quais são os termos para manter a aparência e a sobrevivência deste governo.