Eles aprontam, nós pagamos

FOTO: MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO

Enquanto na Conferência Global sobre o Clima os presidentes dos maiores poluidores assumem o compromisso de continuar a contaminar o planeta, mantendo o modelo de exploração contínua dos recursos naturais e produzindo milhões de toneladas de lixo, a presidente do Brasil discursa, dizendo que haverá punição para os responsáveis pela tragédia da lama tóxica em Minas Gerais.
Os poucos milhões aplicados em multas com certeza não ajudarão a natureza e todos aqueles que dependiam dela para sobreviver. Os pescadores, moradores ribeirinhos e os mais pobres são os que mais sofrem com o desastre ambiental.
A venda das companhias energéticas estaduais, arrecadando mais de 17 bilhões de reais junto a investidores chineses, encarece o preço da energia elétrica, além do corte nos investimentos sociais e todas as mazelas do ajuste fiscal, realizadas para cobrir os desmandos do governo nas contas públicas e pagar os juros da divida do Tesouro. Isso apenas favorece os bancos, que continuam apresentando crescimento na lucratividade mesmo em plena crise econômica.
Estas são as soluções encaminhadas que só prejudicam a grande maioria dos brasileiros. Sem uma mudança nos rumos da política econômica e uma operação de limpeza da corrupção sistêmica que se instalou em todas as áreas governamentais, continuaremos a pagar pelos desmandos dos políticos.