É com profunda tristeza e indignação que recebemos a notícia do feminicídio de Elitânia de Souza da Hora, estudante do Serviço Social da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Elitânia, 25 anos, foi morta a tiros na noite da quarta-feira (27), na cidade de Cachoeira, quando voltava para casa após a aula.
Mais um crime bárbaro contra uma mulher, jovem e negra! Elitânia estava no sétimo período da faculdade e defenderia seu trabalho de conclusão de curso sobre violência contra a mulher – feminicídio. Infelizmente, teve sua vida ceifada por esse crime, tendo como suspeito o seu ex-namorado. Elitânia prestou queixa contra ele recentemente, mas nada foi feito, ele é filho de juiz e até agora não foi levado a depor.
Perdemos uma companheira de jornada do Serviço Social brasileiro, uma mulher atuante na luta quilombola e no movimento estudantil! Mais uma jovem mulher negra morta num país que é o quinto no mundo em números de feminicidios! E que, em tempos de retrocesso, tem visto casos como este aumentarem diante do governo de Jair Bolsonaro – que prega o ódio, liberdade para matar e tem em seu Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) Damares Alves – que possui 13,6 milhões de reais reservados no orçamento deste ano para a construção da Casa da Mulher Brasileira e não usou um centavo numa das principais iniciativas do Governo federal para o enfrentamento da violência contra a mulher no Brasil.
Infelizmente, os dados são alarmantes! São fortes sinais de que os feminicídios disparam em todo território nacional, tendo um aumento de 44% em São Paulo este ano (dados compilados pelo G1 até o primeiro semestre). Na comparação entre 2017 e 2018, houve um crescimento de 4% dos feminicídios em todo o país. A cada quatro horas uma mulher é morta por ser mulher.
Nem uma a menos! Mulheres saíram às ruas em toda a América Latina contra a violência de gênero e todas as brutalidades que nos esmagam diariamente. A luta contra os abusos sexuais e feminicidios tem sido mote de campanhas permanentes para que sigamos vivas! Não podemos nos calar diante de mais um brutal assassinato de uma de nós! Elitânia, Luiza Nascimento Braga (estudante da UERJ assassinada em junho deste ano) e tantas outras, não podem ser esquecidas. Precisamos tomar as ruas, debater nas universidades e escolas sobre violência de gênero (e vamos usar o termo sim! E vários outros!), racismo, lgbtfobia e quais as formas de enfrentamento como garantia de direitos e de políticas públicas.
Hoje acordamos mais tristes, junto com todo o Recôncavo baiano, mas não menos dispostas a lutar!
Por Elitânia e todas nós, lutemos!!!
Exigimos justiça para Elitânia!
Elitânia, Presente!!!
Fonte: Esquerda Online