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Em meio a pandemia, categoria bancária busca direitos e segurança no trabalho

Já se passaram dois meses desde o primeiro caso da Covid-19 registrado no Brasil, e de pandemia anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Confira as ações promovidas pelas entidades representativas da categoria bancária diante desse cenário.

A crise sanitária tem promoveu de forma rápida uma reorganização em nossa sociedade. No Brasil, que hoje (30), já contabilizou 79.685 pessoas acometidas pelo Coronavírus e 5.513 mortes óbitos em decorrência da doença, muitas cidades estão em isolamento social por meio de decretos municipais. Com isso, estão sendo garantidas as atividades essenciais, que inclui o serviço bancário e em alguns lugares, o setor produtivo.

A categoria bancária tem sido fundamental para atender as demandas econômicas durante a crise. Por pressão dos movimentos sociais e sindicais, o governo aprovou o auxílio emergencial para trabalhadores informais e desempregados, e incentivos econômicos para pequenas e médias empresas, que representam um grande fluxo de trabalho nas agências.

Para garantir que os direitos das funcionárias e funcionários dos bancos sejam respeitados, nesse momento de pandemia, e que condições dignas de trabalho sejam proporcionadas, o Sindicatos dos Bancários de Vitória da Conquista e Região (SEEB/VCR) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) tem realizado negociações com os bancos e cobrado dos órgãos públicos responsáveis desde o início de março.

Um dia depois do anuncio da pandemia pela OMS, o Comando Nacional dos Bancários protocolou junto à Federação Nacional dos Bancários (Fena

ban) uma pauta de reivindicações que incluía pedido de transparência dos bancos e um protocolo de prevenção e ações para resguardar bancárias e bancários do grupo de risco. Já na primeira mesa de negociação foi atendida a solicitação do comando para criar o Comitê de crise, responsável para discutir de forma célere todas as questões em torno dos impactos da pandemia para a categoria.

Um dos primeiros passos foi garantir o afastamento da agência para trabalhadoras e trabalhadores do grupo de risco, que passaram a realizar o teletrabalho em suas residências. E também foram garantidos materiais de segurança como máscaras, luvas e álcool em gel para os que permaneceram nos bancos.

Ainda no mês de março, o Comando solicitou ao Banco Central a redução do horário de atendimento aos bancos, que foi atendido no dia seguinte. E também foi garantido que apenas os serviços essenciais fossem atendidos nas agências, promovendo ações de contenção das aglomerações dentro das agências bancárias.

Dando continuidade às negociações nacionais, o Comando também solicitou que não houvessem demissões durante a pandemia. O Itaú, Santander e o Bradesco firmaram esse compromisso. Também foi garantida a antecipação do 13º salário.

Também a pedido do comando, mesmo quando o presidente Jair Bolsonaro, ignorando os números crescentes de caso no país, indicou a retomada das atividades, propondo o fim do isolamento, os bancos se comprometeram em manter os trabalhadores do grupo de risco em homeoffice.

Com o agravamento da crise, a intensificação da proteção daqueles que continuaram trabalhando nas agências se tornou necessária e com isso foi solicitado que os bancos disponibilizassem máscaras de acetato e barreiras de acrílico para o atendimento.

Com a aprovação da Medida Provisória 927, o comando tem negociado com os bancos sobre o banco de horas, o abono dos dias que os trabalhadores ficaram em casa, e as férias antecipadas. Com acordos fechados com o Itaú e Bradesco.

Em Vitória da Conquista e Região, o Sindicato tem articulado mecanismos para garantir a aplicação das conquistas nacionais e buscar reforço, junto aos órgãos municipais, para resoluções das questões locais.

Na primeira semana da pandemia foi organizado um diálogo com gestores de todos os bancos para discutir sobre o novo cenário, a sobrecarga de trabalho, o afastamento dos trabalhadores do grupo de risco e garantir dos equipamentos de segurança necessários, como luvas e máscaras.

Na justiça, o Sindicato iniciou a Ação Civil Pública para garantir os direitos de bancárias e bancários também em meio à pandemia, além de tentar também a suspensão do atendimento presencial nas agências.

Para resolver a questão das aglomerações também nas portas das agências, foram encaminhados ofícios para as prefeituras de Conquista, Brumado, Itapetinga, Livramento de Nossa Senhora e Poções.

A entidade também convocou uma reunião com a Prefeitura, onde estiveram presentes representantes da Vigilância Sanitária, do setor de Posturas da Prefeitura Municipal e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), para buscar uma solução para a questão das aglomerações e levantamento das ações necessárias. Sem apoio concreto da Prefeitura, o Sindicato tem promovido uma Campanha de Conscientização com carro de som reproduzindo um áudio explicativo nas portas das agências a mais de 15 dias.

Também foi requisitado, por meio de ofício, que a Prefeitura reconhecesse a categoria bancária como risco clínico, com o objetivo de garantir a vacinação contra a H1N1, seguindo o protocolo que tem sido aplicado para que tem trabalhado em exposição diária.

Na última semana o Sindicato também protocolou nas agências a solicitação de instalação de biombos de acrílicos nas agências. E com o agravamento da situação das filas em frente aos bancos, o as entidades de representação da categoria tem pautado a descentralização do pagamento do auxílio emergencial e a contratação de empresas para ajudar na organização da população na área externa.

“Os últimos dois meses tem sido intensos para a categoria bancária, tanto em seus postos de trabalho, quanto na luta. Apesar de não serem da área da saúde, bancárias e bancários estão cotidianamente dando o melhor se si para atender a população nesse momento de crise e precisarmos reconhecer isso e parabenizar pelo empenho mesmo em circunstâncias completamente adversas. Tanto na esfera nacional quanto local as movimentações para garantir condições de trabalho e proteção tem sido a centralidade do Sindicato e demais instâncias representativas. Muitas já foram as conquistas nesse cenário e é preciso juntar ainda mais forças para seguir nesse caminho até o fim da pandemia”, avalia Paulo Barrocas, diretor do SEEB/VCR.

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