Nova prorrogação adia o trabalho remoto até 15 de junho
A Caixa anunciou nesta terça-feira (27) que prorrogou o Projeto Remoto, que permite o trabalho em casa para os empregados do banco, até o dia 15 de junho. A última mudança adiava o trabalho remoto até o dia 31 de maio. A notícia chega dias após o discurso do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre o home office ser uma “frescurada”.
O home office é um dos principais itens do protocolo de atuação de gestores e empregados. A medida, construída em conjunto com as entidades e o movimento sindical, é essencial para proteger a saúde e defender a vida dos empregados e da população.
Na última sexta-feira (22) foi amplamente divulgado na imprensa o vídeo da reunião ministerial realizada no dia 22 de abril, em que o presidente da Caixa criticou o trabalho remoto dos empregados do banco público. “Olha vocês tão em casa? Eu tenho 30 mil funcionários na rua. Não tem esse negócio, essa frescurada de home office. Eu já visitei 15 agências, e você em casa?” disse Pedro Guimarães.
Para o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, a fala do presidente da Caixa é absurda e reflete a falta de conhecimento de Guimarães sobre os trabalhadores. “Os empregados merecem respeito pela tarefa que cumprem através da Caixa, seja estando nas agências durante todos os períodos, seja nas outras áreas, que também são importantes para o funcionamento do banco”, avaliou Dionísio.
Ainda segundo o coordenador, o discurso do presidente da Caixa mostra a motivação uma política ratificando as medidas de abrandamento do protocolo que a Caixa tomou no dia 19 de maio. “O que guia essas questões todas que o presidente da Caixa tem feito são motivações políticas. Ele está se promovendo. Porque a empresa abranda o protocolo de proteção à Covid-19? Porque ainda não descentraliza o auxílio emergencial ou fez uma discussão com prefeitos e governadores que diminuiria as filas? Está explicado. É uma questão política”, afirmou Dionísio.
Para a secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Fabiana Uehara, a prorrogação do home office é algo importante e que tem sido defendido pelas entidades como medida de proteção aos bancários e à população. “Vamos continuar defendendo o isolamento social. O home office é fundamental para evitar a contaminação dos colegas e minimizar os impactos no sistema de saúde”, ressaltou.
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) também defende os protocolos construídos com as demandas dos empregados e das entidades. “Os trabalhadores do banco e a população são vítimas da ineficiência e da irresponsabilidade do governo. O trabalho remoto é importante para os empregados e para a população protegendo-os da contaminação e evitando a aglomeração nas agências”, avaliou o presidente da Federação, Sérgio Takemoto.
Caixa abrandou os protocolos
A CEE/Caixa tem cobrado intensamente a Caixa para que cumpra os protocolos de combate à pandemia da Covid-19 no momento em que os números de Covid-19 mais crescem. Mesmo com as reivindicações, a Caixa abrandou o protocolo em uma decisão unilateral. “Não é o momento de abrandar os protocolos. É o momento de fortalecer a prevenção e a promoção da saúde”, afirmou o coordenador da Comissão.
Projeto Remoto
O Projeto Remoto é uma modalidade de Trabalho Remoto Simplificado. Foi lançando em março e tinha o prazo de 30 dias. A prorrogação do projeto poderá continuar ocorrendo de acordo com a necessidade do banco.
A CEE lembra que a renovação é feita automaticamente pela área responsável.
Fonte: Fenae