No último domingo (8), bancárias e bancários do Banco do Brasil estiveram reunidos para discutir e articular saídas para construção de melhores condições de trabalho.
O evento foi marcado pelo debate de três eixos: diversidade, histórico do desenvolvimento do banco e futuro que as trabalhadoras e trabalhadores desejam para o banco.
No debate de diversidade foi destacada a importância do BB ter assumido o compromisso com a política de igualdade de gênero e, a partir disso, aconteceu o expressivo aumento da presença de mulheres no papel de direção. Além disso, também foi pontuado o papel da empresa pública no estímulo à diversidade e no combate ao racismo.
Para traçar caminhos concretos de luta, o encontro teve como centralidade o olhar para o passado para entender os caminhos possíveis para um futuro de fortalecimento do banco enquanto empresa pública.
Jean Rodrigues, que esteve palestrando no evento, lembrou do marco na política do banco que ocorreu a partir de 2016, quando o desenvolvimento do país deixou de ser pautado, e a rentabilidade se expandiu ainda mais
Essa análise se materializa quando é possível observar que o banco obteve lucro líquido de R$5 bilhões, no 2º trimestre, um aumento de 52,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Enquanto isso, em apenas um ano o banco fechou 6.956 postos de trabalho e foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário, sendo que o número de clientes aumentou em 2,9 milhões. Ou seja, o lucro acima de qualquer coisa, mesmo que isso comprometa o básico que é oferecer condições de atendimento para a população.
O Futuro é de luta
Em um cenário de retrocessos, nos mais diversos setores do país, o trabalho da categoria tem se dado na defesa de um banco que assuma o compromisso de retomar o papel de responsabilidade social. É urgente a necessidade de barrar o processo de sucateamento e precarização do trabalho.
O Banco do Brasil tem um potencial inestimável para consolidação de política pública de combate à desigualdade, essencial para superarmos o momento trágico que está sendo enfrentado no Brasil. O chamado pela unidade na luta por um Brasil para os brasileiros será o caminho de luta da categoria bancária para o próximo período.
Leonardo Viana, presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista esteve no evento virtual representando a base e avalia os direcionamentos aprovados no encontro. “As definições pela luta contra a PEC da reforma administrativa, que tem como objetivo acabar com as garantias do serviço público, contra as privatizações, pela defesa do patrimônio público, demonstram o amadurecimento da consciência de que devemos fortalecer o enfrentamento ao governo Bolsonaro, bem como aos ataques que ele vem promovendo contra as instituições públicas e os direitos da classe trabalhadora. Ao mesmo tempo em que pautamos a defesa da CASSI e da PREVI como conquistas históricas das bancárias e bancários do BB, que também estão na mira do famigerado Paulo Guedes. Por isso, avalio que saímos mais forte desse encontro, porque foi um convite a estarmos unidos em defesa do BB, do patrimônio público e dos trabalhadores para derrotar todos esses retrocessos”, analisa Leonardo Viana, presidente do SEEB/VCR e funcionário do BB.