Na última quinta-feira (5), o Encontro Nacional do Itaú reuniu 159 delegadas e delegados para debater a conjuntura e a realidade dos trabalhadores, além de definir as estratégias e futuras reivindicações da categoria.
Mesmo com o lucro de R$ 12,941 bilhões, alta de 59,4% em relação ao 1º semestre de 2020, o Itaú está promovendo mudanças radicais que estão afetando diretamente as agências e os trabalhadores. O movimento sindical vê com preocupação a política de realização de atividades sem cargo definido, o fechamento de 1.900 postos de trabalho nos últimos 12 meses e o fechamento de 114 agências.
No painel sobre Emprego, as delegadas e delegados debateram os números apresentados pela economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cátia Uehara. Os bancários vão buscar negociações sobre as metas e programas de remuneração, que frequentemente são apontados como justificativas para demissões.
Sobre a remuneração, a discussão aconteceu em torno do medo de demissões após a implementação do GERA, programa de remuneração variável criado para substituir o AGIR. A avaliação da categoria é que o GERA causou acúmulo de funções, aumentos as metas, sobrecarga de trabalho, assédio moral, entre outros problemas.
Outro tema debatido foi a Saúde e as Condições de Trabalho dos bancários. Uma preocupação do movimento sindical é a negociação dos critérios de retorno dos funcionários vacinados, para que seja respeitado o período completo de imunização.
Segundo os representantes sindicais, uma conquista dos bancários do Itaú foi a formação do Grupo de Trabalho de Saúde. Neste período de pandemia, o trabalho do GT ganhou ainda mais importância, negociando temas do dia-a-dia dos funcionários.
Sobre a Fundação Itaú, foi feito um relato sobre todos os planos, o resgate das últimas eleições – realizadas em maio -, e os ataques que os fundos de pensão estão sofrendo.
A base de Vitória da Conquista e Região foi representada pelo diretor de Esporte e Lazer, e funcionário do Itaú, Carlos Alberto Gonçalves. “Na minha avaliação, o Encontro Nacional conseguiu elencar as demandas dos funcionários. A nossa realidade é grave, com um alto número de demissões e metas abusivas, nesse sentido, a luta passa pelo combate a esse projeto de precarização. Outra discussão foi sobre a saúde dos funcionários e a Fundação Itaú, um tema ainda mais importante por conta da pandemia. Agora, as resoluções serão encaminhadas e debatidas com o banco, para que se tornem medidas efetivas de melhoria das condições de trabalho”, considera.