Por Alex Leite, diretor de Imprensa e Comunicação.
Uma denúncia da Polícia Federal indiciou o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, acusado de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e associação criminosa – sendo que no depoimento de um ex-assessor do ministro e em uma planilha divulgada sugerem que o dinheiro de candidatas “laranjas” do PSL em Minas Gerais foi desviado via caixa dois para o pagamento de despesas de campanha de Jair Bolsonaro e de Álvaro Antônio.
Em vez de se explicar, o presidente mais uma vez ofendeu e acusou a imprensa. Já o ministro da Justiça Sergio Moro preferiu defender o seu emprego, e, contrariando a ética do cargo, disse ter acesso a investigações sigilosas. E, em uma ação que demonstra a preocupação com que as investigações avancem e comprometam ainda mais o governo, o juiz Flavio Catapani, da 26ª zona eleitoral de Minas Gerais, impôs segredo de justiça ao processo, o que impede que a sociedade saiba de qualquer desdobramento. O indiciamento do ministro ocorreu na última quinta-feira (03), após investigação conjunta do Ministério Público e da Policia Federal.
A cada dia as máscaras do governo ético, decente, que não aceitaria a corrupção, vão caindo por terra. A suspensão da investigação sobre o envolvimento do seu filho com “Queiroz”, o silêncio e o sigilo sobre os ‘laranjas’ do PSL e as censuras sobre as artes propagada pelos representantes das instituições culturais oficiais demonstram o risco para a democracia, para o futuro do país onde o presidente da República, em vez de mostrar e assumir a verdade dos fatos, prefere brincar de esconde-esconde.