Róger Roner Machado – CEF/Vitória da Conquista
O Plano de Reestruturação da Caixa, do meu ponto de vista, é imprescindível para que diversas falhas de gestão, de processos e rotinas sejam corrigidas e a empresa continue competitiva e capaz de buscar o lucro financeiro e social que a própria população espera e, até mesmo, exige de toda empresa pública. Contudo, a forma como a Caixa está implantando o tal plano, tem sido nomeado como “um pacote de maldades contra seus colaboradores”. Isso porque a eliminação de diversas áreas meio e de inúmeras funções provocadas pela “1ª onda” do plano, surpreendeu todos os funcionários atingidos, que sequer foram consultados ou mesmo avisados sobre as mudanças (inclusive sobre a perda da função), com um mínimo de antecedência.
À espera da “2ª onda”, muitos funcionários têm vivido um clima de expectativa e de angústia, sem informação sobre a continuidade de suas carreiras técnicas e/ou gerenciais, visto a grande possibilidade de perdas de função, transferências de municípios e até mesmo perdas salariais, em virtude da famigerada CTVA (criada pelo Governo FHC em 1998), que não é considerada verba salarial pela Caixa (apesar de diversas decisões judiciais em contrário), e representa entre 30% e 50% da remuneração do funcionário que exerce algum tipo de função, seja ela gerencial, profissional ou técnica.
Como se não bastasse todo esse cenário de ocultação e de medo, diversos Manuais Normativos que regem os Recursos Humanos da empresa sofreram inúmeras alterações poucos dias antes da aplicação do Plano de Reestruturação, retirando direitos ou benefícios dos economiários.
Assim, fica claro para mim que a direção da Caixa não está preocupada com seu corpo funcional, mas apenas em implantar a qualquer custo uma reestruturação que elimina postos de trabalho indiscriminadamente, aumenta ainda mais a carga individual de trabalho e reduz a qualidade do atendimento da população que se utiliza dos serviços já precários da Caixa.