A falta de pessoal em algumas agências da Caixa foi abordada durante reunião do Fórum Regional de Condições de Trabalho, que reúne representantes de diversos setores do banco e dos trabalhadores. “Por um equívoco de interpretação da Gipes [Gerência de Pessoas], que coordena o Fórum, a Caixa não se preparou para responder às questões de estrutura de pessoal levadas pelos dirigentes sindicais na reunião anterior. Mesmo assim, nós insistimos no tema e entregamos aos representantes das SR [superintendências regionais] as demandas por mais empregados em determinadas agências”, relata o diretor do Sindicato Francisco Pugliesi, o Chico.
O dirigente lembra que a falta de pessoal e a consequente sobrecarga de trabalho são condição geral na Caixa, mas na reunião regional foram destacadas algumas unidades de São Paulo, Osasco e região (base do Sindicato) em que os empregados estão mais do que cansados: as agências Picanço, da área da SR Santana; a Celso Garcia, da SR Sé; a Mirandópolis, da SR Ipiranga; e a Conselheiro Carrão, da SR Penha.
Chico destaca que, em mesa nacional permanente de negociação, a Caixa afirmou que não há previsão de contratações, nem para repor as vagas abertas pelo PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria), que só até julho deste ano já responde por 601 saídas. Em 12 meses (junho de 2015 a junho de 2016) a Caixa eliminou 2.235 postos de trabalho. “A direção do banco disse que lidaria com a falta de pessoal em cada local fazendo realocações baseadas em estudo de redimensionamento das agências. O movimento sindical vê com preocupação essa medida porque sabemos que o cobertor é curto, e se cobre a cabeça descobre o pé. De qualquer forma, vamos cobrar que resolvam o problema de algumas unidades onde a carga de trabalho está insustentável e o atendimento ao público está precário”, explica.
Ele informa que, pelas regras do Fórum, o banco tem até 30 dias para apresentar solução para os problemas apresentados pelos bancários.
Transferência – Na reunião também foi apresentado o pedido de transferência de uma colega por motivos de saúde. A SR Penha, responsável pela unidade onde trabalha a bancária, se prontificou a atender à solicitação da trabalhadora assim que ela voltar de licença médica. “O representante da SR Penha também explicou que não esteve presente à ultima reunião porque não foi convidado pela Gipes, mas disse que está à disposição para debater questões que levem à melhoria das condições de trabalho e de atendimento à população”, conta o dirigente.
Rankings – Na reunião do Fórum em 21 de julho os trabalhadores apresentaram denúncia de ranking de performance de bancários subordinados à SR Santana. Rankings são proibidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. “Na ocasião, o representante da SR disse que todos os gestores das unidades subordinadas seriam reorientados quanto à prática. Nas primeiras semanas após a reunião, os rankings de fato cessaram, mas voltaram há alguns dias. Expor os trabalhadores por sua produtividade, ainda que se declare que a intenção é positiva, é um constrangimento. É uma prática, por exemplo, que vemos ser adotada por empresas como McDonald’s, que já sofreram inquérito por trabalho análogo à escravidão”, critica o dirigente sindical Danilo Perez.
A denúncia foi reapresentada e o representante da SR Santana se comprometeu a rever novamente essa política. “Se não for revista, a resposta dos empregados será com ação sindical”, avisa Danilo.
Estrutura física – O representante da Gilog (Gerência de Logística) anunciou a solução de dois problemas apresentados na última reunião: foi consertado o ar-condicionado e a infiltração no prédio onde funcionam a agência Curuçá e a Giret Penha; e foi solucionado o transbordamento do esgoto na agência Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte. A Gilog também informou que na próxima semana estará resolvida a infiltração na agência Barra Funda; e que o condomínio do prédio onde está localizada a agência República tem prazo de 20 dias para resolver o problema de falta de carga elétrica para o funcionamento do elevador.
“O fórum nasceu de uma proposta construída pelo banco e pelos empregados, com o objetivo de resolver problemas que afetam as condições de trabalho no banco. É importante que os bancários comuniquem os problemas ao Sindicato, para que os dirigentes possam levar às reuniões mensais”, diz Francisco Pugliesi.
As denúncias e reclamações dos bancários podem ser enviadas para o Fale Conosco (clique aqui escolha o setor “Site”), para a Central de Atendimento Telefônico do Sindicato (3188-5200) ou comunicadas diretamente a um representante da entidade. O sigilo é garantido.
O fórum – Os fóruns regionais foram conquistados pelos empregados em 2013. Em 2014, foram implantados em algumas regiões em caráter piloto, e efetivamente implantados em todo o país em 2016. Ele é coordenado pela Gipes-SP, por parte do banco, e pela Fetec-SP, representando os empregados.
Segundo seu regulamento, os representantes da Caixa previstos são o gestor da Gipes (coordenação), representantes da Gilog (Gerência de Logística), Giseg (Gerência de Segurança), Giret (Retaguarda) e das superintendências regionais conforme a área da reclamação, além do advogado da Caixa e representante da Sesmt (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). Pelos trabalhadores, além da Fetec, estão representados dirigentes de todos os sindicatos da região abarcada pelo fórum.
O Fórum discute as seguintes questões: estrutura física e de pessoas; conflitos no ambiente de trabalho; jornada de trabalho; e acompanhamentos de resultados.
Fonte: Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região