Na última quarta-feira (21), faz 50 dias que a Fenae encaminhou ofício à Funcef solicitando esclarecimentos sobre as novas regras dos empréstimos aos participantes, divulgadas no final de outubro. Na prática, o crédito ficou mais caro e com condições piores. Apesar do grande número de reclamações do pessoal da Caixa nas redes sociais, a Fundação ainda não apresentou argumentos que justifiquem a mudança.
A Fenae avalia como prejudiciais as alterações e critica a falta de transparência. “Os principais interessados não foram consultados. Fizemos uma avaliação preliminar e ficou claro que ficará mais difícil acessar essa importante linha de crédito”, diz o presidente da Federação, Jair Pedro Ferreira.
Além disso, as operações com participantes e assistidos estão entre as que apresentam melhor desempenho nos planos da Funcef. Nos últimos anos, têm superado a meta atuarial ou se mantido próximas a ela. Em 2015, por exemplo, tiveram a segunda melhor rentabilidade, atrás apenas da renda fixa. É preciso considerar, ainda, que a inadimplência é baixa. “Diante do exposto, quais motivos motivaram as mudanças”, questiona o ofício protocolado pela Fenae em 1º de novembro.
Crédito mais caro para o participante
A julgar pela ampliação no teto de empréstimo, que passou de R$ 80 mil para R$ 89 mil, os participantes poderiam ficar animados. Porém, as novas regras acabaram tornando o crédito mais caro para quem busca prazos maiores para reduzir o valor das parcelas.
No modelo anterior, os juros eram de 7,9% ao ano + INPC, independentemente do prazo de pagamento. No CredPlan Variável existem quatro faixas. Quem escolhe pagar o empréstimo em até 24 parcelas pagará uma taxa de 6,5% + INPC. De 25 a 48 parcelas, a taxa sobe para 7,7% + INPC; de 49 a 72 meses incidirão 8,8% + INPC e, na última faixa, de 73 a 96 parcelas, a taxa de juros fica em 9,7% + INPC . “Os prazos mais alongados são geralmente necessários para quem já está endividado. Agora, quem optar por isso terá que arcar com juros mais altos”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Novo sistema de amortização
Outra mudança prejudicial diz respeito ao sistema de amortização, que agora terá como base o Sistema de Amortização Constante (SAC), no qual as primeiras parcelas são, em média, 25% mais caras do que no antigo modelo, a Tabela Price, utilizada por muitos anos. O novo sistema também é pior para quem busca crédito mais barato com objetivo de quitar dívidas com juros maiores, por exemplo. “Por que prejudicar aqueles que têm no crédito oferecido pela Funcef uma esperança de se livrar das dívidas com juros maiores e colocar as contas em dia”, questiona Ferreira.
Fonte: Fenae