Os trabalhadores do Itaú estiveram reunidos na segunda semana deste mês, entre os dias 6 e 8, no Encontro Nacional de Bancos Privados, em São Paulo. Divididos entre os GTs de Saúde e Condições de Trabalho e Tecnologia, os bancários produziram documentos com reivindicações específicas e uma moção contra a Reforma Trabalhista.
Após debater sobre a conjuntura do país e as questões específicas do banco, os funcionários do Itaú apontaram como centralidade da luta a defesa do emprego. A Comissão de Organização dos Empregados tem debatido sobre pautar o centro de realocação e qualificação na empresa. Tendo em vista que o banco tem uma prática de demitir para contratar novos bancários, esta seria mais uma forma de lutar pelo emprego.
No mês de abril, o banco, enviou aos funcionários uma carta solicitando a apresentação de novas propostas para negociações, se colocando aberto a discutir jornada de trabalho, escala de folga, intervalo de descanso, refeição, intervalo mulher e também a jornada flexível. Em contradição a isso, o banco tem mostrado afinidade com a Reforma Trabalhista, onde uma das propostas é que o negociado se imponha sobre o legislado, se propondo desarticular a força dos trabalhadores, tornando as negociações cada vez mais desiguais em correlações de força.
Em meio a um cenário que aponta a necessidade de se organizar contra os retrocessos políticos que estão chegando junto com as novas tecnologias, os bancários pontuaram a necessidade de debater a jornada de trabalho dos funcionários das agências digitais e as condições de trabalho. Para acompanhar isso de perto, será cobrado o livre acesso nacional para os dirigentes sindicais nestas agências e elaborada uma campanha para sindicalização destes trabalhadores. Dessa forma, o grupo de trabalho buscará traçar o perfil do banco e de seus funcionários para avançar nas negociações.
O GT de Saúde e Condições de trabalho apontou os avanços nesses nove meses de atividades, principalmente em temas como o retorno ao trabalho e abertura de Comunicado de Acidente de Trabalho – CAT. Já o de Tecnologia ficou na cobrança de autorização do cliente para migrar contas para plataformas digitais.
Os funcionários do Itaú aprovaram uma moção contra a Reforma Trabalhista, para ser entregue nas prefeituras e câmaras, e estarão mobilizados também em uma luta por igualdade de oportunidade e contra o fechamento de agências. Serão realizadas panfletagens, palestras, passeatas e produzido um jornal específico.
No evento foram apresentados também os candidatos para eleição da Fundação Itaú-Unibanco, com a presença de nove federações que participam da Contraf.
Carlos Alberto, diretor do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região participou dos debates e levou contribuições para a categoria. “A participação de nós, enquanto Sindicato, neste encontro foi muito importante para os funcionários do Itaú, porque este ser um espaço de discutir quais os problemas específicos dos trabalhadores deste banco. Com a nossa presença conseguimos garantir que o cenário de Vitória da Conquista e região sejam pautados nos encaminhamentos deliberados”, avaliou o diretor.
O Itaú trata com descaso seus funcionários
Um dia após o Encontro Nacional de Bancos Privados, o GT de Saúde e Condições de Trabalho esteve reunido com o Banco Itaú, que não apresentou nenhuma contraproposta a respeito do Programa de Retorno ao Trabalho. O movimento sindical tem reivindicado que a instituição se comprometa a solucionar os problemas de assédio que circundam o programa. Apesar de aparentar ser um programa que auxilia trabalhadores adoecido retornar ao ambiente de trabalho, diversas denúncias estão surgindo de assédio moral. A contradição maior é que o banco tem demitido funcionários que estão assegurados.
Não reunião foi entregue um documento com 12 propostas para melhorar o programa, cobrando a necessidade de participação dos representantes dos trabalhadores na sua elaboração, conforme convenção da OIT e também uma campanha contra discriminação e assédio moral. Os bancários aguardam uma resposta do banco.