A vida da classe trabalhadora e da categoria bancária não é prioridade da atual gestão da Caixa Econômica Federal. Na última segunda-feira (16), o banco divulgou novos protocolos para este momento de pandemia da Covid-19.
O banco abrandou as medidas, que já estavam sendo insuficiente para impedir a contaminação das trabalhadoras e trabalhadores do setor. O antigo protocolo, em caso de sintomas de alguém que estivesse trabalhando nas agências, estava prevista a quarentena de cinco dias, podendo ser ampliada para até 14 dias. O novo protocolo não fala mais de prorrogação e aponta sete dias corridos como o novo prazo de quarentena para casos confirmados ou suspeita
Agora o banco também passa exigir comprovação da doença por meio de PCR, o que pode atrasar os cuidados de contaminação de mais pessoas em caso de suspeita. Essa situação se agrava diante do prazo de sete dias que passa a ser contado desde a data do afastamento do empregado, ignorando que o PCR só pode ser feito entre o 3° e o 10° dia do início dos sintomas.
Além disso, o novo documento reforça que o afastamento do trabalho só será para aquelas e aqueles que tiveram contato direto com uma pessoa adoecida, deixando em vulnerabilidade todas e todos que trabalham neste ambiente que pode estar contaminado além dos familiares dos trabalhadores. Houve retrocesso também com a retirada da expressão que garantia o afastamento para trabalho remoto sem atestado médico do empregado que apresentasse sintomas.
Diante de tamanho descaso, a Contraf, por intermédio da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), cobra que a Caixa reveja as medidas no novo protocolo de atuação de gestores e empregados. A solicitação foi feita por compreender que tais mudanças podem piorar a situação da propagação do coronavírus nas agências.
Em Alagoas e no Ceará, só nesta semana, mais 16 bancários da CEF e quatro terceirizados que estavam em trabalho presencial na agência, precisaram ser afastados por confirmação ou suspeita de Covid-19. Já em Pernambuco, até o momento são 105 trabalhadores da Caixa entre casos confirmados e suspeitos de Coronavírus.
“O afrouxamento dos protocolos de tratamento dos casos suspeitos e dos confirmados do coronavirus mostra o descaso da Caixa Econômica com os seus empregados e o desprezo pela situação de pandemia. Esse retrocesso acontece num momento em que vem crescendo o número de casos entre os bancários. É preciso que a CEF tenha mais respeito pela vida e saúde dos seus funcionários e familiares e trate os protocolos para Covid-19 com a seriedade necessária para enfrentar esse período de pandemia”, destaca Leonardo Viana, presidente do SEEB/VCR.