Novas revelações comprometedoras e sombrias sobre a política sanitária do governo Bolsonaro foram extraídas nesta quinta (13) pela CPI do Genocídio. O vereador Carlos Bolsonaro, que não possui nenhum cargo no governo federal, participou de reunião com a Pfizer no Palácio do Planalto sobre a aquisição de vacinas contra a Covd-19. Foi o que o representante da multinacional informou em seu depoimento aos senadores.
A informação vai ao encontro de outros depoimentos (entre eles os dos ex-ministros da Saúde, Mandetta e Nelson Teich) que relataram a existência de um governo paralelo ditando a política sanitária do país à margem da Ciência, da OMS e da Medicina e com base no negacionismo obscuratista e teorias conspiratórias que, sem qualquer fundamento na realidade, advogam que o vírus foi criado em laboratório chinês para detonar uma guerra química.
Uma insanidade, entre muitas outras, como a também criminosa tentativa de mudar arbitrariamente a bula da cloroquina para que seja receitada como cura contra a covid, na contramão de todas as orientações científicas.
Ficou também claro que o governo brasileiro optou por rejeitar imunizante estadunidense e hoje está à beira de um apagão de vacinas. A revelação bombástica foi do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, em depoimento concedido à CPI-da Covid, no Senado Federal.
O representante da Pfizer informou que tanto Carlos Bolsonaro, Filipe Martins, que na época era assessor especial do ministério das Relações Exteriores foram levados à reunião pelo e com o ex-secretário da Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, na sede da Secom, localizada no Palácio do Planalto.
Felipe e Carlos Bolsonaro chegaram atrasados à reunião e foram atualizados por Wajngarten dos assuntos debatidos, segundo Murillo, que também admitiu que Bolsonaro rejeitou nada menos do que cinco ofertas de vacinas feitas pela Pfizer.
Assista o vídeo:
#CarluxonaCPI
Cresce nas redes sociais a campanha virtual #CarluxonaCPI, mobilizada por parlamentares, jornalistas e pela sociedade em geral, depois da revelação nesta quinta-feira (13), durante sessão da CPI da Covid, de que o vereador Carlos Bolsonaro participou de uma reunião da Pfizer para tratar da compra da vacina pelo Brasil.
Vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou mais cedo: “Por que um vereador participou dessa reunião?”. O senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da comissão, protestou: “É preciso saber por que o vereador Carlos Bolsonaro participou de reunião para acertar um contrato bilionário com a Pfizer. O Estado brasileiro não pode ser tratado como quintal de família”.
“Carlos Bolsonaro é médico, enfermeiro ou pesquisador? É autoridade em saúde? É deputado, senador ou ministro? Entende minimamente o que é uma vacina? Então o que ele estava fazendo reunindo com a Pfizer sobre a compra da vacina? Foi verificar se haviam chips comunistas nas doses?”, questionou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também defenderam a convocação do filho do presidente à CPI.
Fonte: CTB