Home / Política / GT do G20 aprova declaração inédita sobre integridade da informação no meio digital

GT do G20 aprova declaração inédita sobre integridade da informação no meio digital

Com liderança brasileira, debate teve 37 delegações e formulou 4 eixos centrais: conectividade significativa, governo digital, inteligência artificial e integridade da informação

Reunião do GT de Economia Digital. Foto: Audiovisual G20 Brasil

Sob a presidência do Brasil, o Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20 aprovou uma declaração ministerial que será levada à Cúpula de Líderes da organização que acontece em novembro no Rio de Janeiro. Segundo apontou o governo, o documento é o primeiro elaborado sobre o tema da integridade da informação, negociado e aprovado no âmbito multilateral, com essa amplitude.

A resolução final é resultado de um trabalho de oito meses com a participação de 37 delegações de países membros e convidados, além de organismos internacionais e tem quatro eixos centrais relacionados ao futuro digital global: conectividade significativa, governo digital, inteligência artificial e integridade da informação.

Para o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), Paulo Pimenta, a entrada do tema na agenda do G20 é um reconhecimento de que os impactos da desinformação e do discurso de ódio são enormes. “O Brasil aposta numa abordagem abrangente, que promova o equilíbrio de direitos. Acreditamos no valor da informação e da transparência, e mantemos iniciativas como o Brasil contra Fake e o ComunicaBR para garantir que os cidadãos tenham informações precisas sobre o governo e as políticas públicas”, afirmou.

Na avaliação de João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secom-PR, “pautar o enfrentamento à desinformação e ao discurso de ódio e o tema das plataformas digitais no grupo com a complexidade geopolítica que tem o G20 era uma ideia ousada”.

No entanto, salientou, “sabíamos que o G20 não podia se esquivar de um tema com tamanho impacto na dinâmica de nossas sociedades, que gera instabilidade econômica e política e que afeta a confiança nas instituições e no próprio ambiente digital”.

O documento inédito aponta como prioritária a promoção de um ecossistema digital que seja robusto e sustentável, assim como o fomento a um ambiente de informação diversificado e resiliente — por meio, inclusive, do acesso a informações independentes, factuais e baseadas em evidências, para combater a desinformação.

Anexo à declaração ministerial, foram listados cinco eixos, construídos com contribuições da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e apresentados como possíveis caminhos para que governos abordem a questão: fortalecer a resiliência da sociedade; fomentar o desenvolvimento e a sustentabilidade de fontes de conteúdo, permitindo o acesso a informações independentes, factuais e baseadas em evidências; aumentar a transparência e responsabilidade, além de incentivar pesquisas; aperfeiçoar a governança da integridade da informação e da capacidade institucional; e incentivar o respeito à integridade da informação por parte dos agentes públicos e privados.

Responsabilidade das plataformas 

A temática da regulação das redes e da melhoria do ambiente digital ganhou maior força na última década, especialmente a partir da ascensão de grupos de extrema-direita pelo mundo, que têm usado desses mecanismos para criar instabilidade e enfraquecer a democracia em diversos países, inclusive no Brasil, bem como o aumento de discursos de ódio e violência que atingem o público em geral, com risco potencialmente maior aos mais jovens.

Nesse debate, o Brasil — a partir do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — tem ganhado projeção por ser uma das nações que mais vem debatendo o tema a fim de encontrar caminhos para criar regras e responsabilidades tanto por parte do poder público e da sociedade quanto por parte das empresas, que lucram cada vez mais com o ambiente tóxico que foi sendo criado.

Neste sentido, o governo Lula tem defendido propostas, tanto em fóruns internacionais quanto nas discussões no Congresso Nacional, em torno da transparência na publicidade e de algoritmos, da defesa da transparência e da responsabilidade das plataformas digitais e da importância da Educação Midiática, por exemplo.

Entre outras ações, em dezembro de 2023, o Brasil assinou uma Declaração de Intenções Conjunta sobre Integridade da Informação e Combate à Desinformação com a Alemanha .

O país também formalizou a adesão do país à Parceria Internacional para a Informação e a Democracia, ao lado de outros 51 países; a assinatura “Declaração Global sobre Integridade da Informação Online” e o tratamento do tema da Integridade da Informação no âmbito do Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20.

Em outubro, a Secom PR, a Unesco e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) ainda assinaram o projeto de Cooperação Técnica Internacional “Promovendo o acesso à informação, o exercício de direitos, o combate à desinformação e a defesa da democracia” .

Também merece destaque o anúncio da Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas , construída com a Secretaria-Geral da ONU e com a Unesco.

Fonte: Vermelho, com informações da Agência Gov.

Veja Mais!

Congresso pode votar pacote de destruição ambiental, apesar da tragédia no RS

Tramitam no Congresso Nacional 25 projetos e três propostas de emenda à Constituição (PECs) que …