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Há 40 anos os bancários realizavam a primeira greve nacional após o golpe de 1964

Em setembro de 1985, o Brasil testemunhou a primeira greve nacional de uma categoria após a ditadura militar iniciada em 1964. Nos dias 11 e 12 de setembro, bancários e bancárias de todo o Brasil paralisaram o sistema financeiro nacional e exigiram melhores condições salariais, diante de um processo inflacionário que provocava a perda mensal de 10% nos salários.

O movimento envolveu cerca de 500 mil trabalhadores, sofreu forte repressão, mas foi extremamente vitorioso. Após dois dias de paralisação, a categoria aprovou a proposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de reajuste salarial de 90,78%, além da antecipação de 25%, conquistados meses antes.

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A preparação do movimento começou em 28 de agosto, Dia dos Bancários, quando os bancos fecharam as portas em todo o país e os trabalhadores foram às ruas para protestar. Em Salvador, cinco mil bancários se reuniram na Praça Municipal para comemorar o seu dia e manifestar a disposição de parar. Já em São Paulo, foram 30 mil que saíram em passeata, na maior manifestação realizada pela categoria.

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“A greve de 1985 foi o marco de um momento que clamava por democracia, os bancários em multidões foram às ruas, apesar da repressão e mostrou a força de uma categoria que paralisou o sistema financeiro nacional, conquistou vitórias, mostrando que a unidade dos trabalhadores é fundamental para enfrentar o grande capital”, declarou o ex-presidente do Sindicato da Bahia e da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Álvaro Gomes, que participou da greve.

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Para além dos ganhos salariais, a greve nacional de 1985 foi de extrema importância para a categoria. A força do movimento mostrou o caminho para a organização dos movimentos seguintes.

“A greve nacional dos bancários de 1985 foi a grande inspiração para os economiários aprovarem e realizarem a histórica greve das 6 horas, que garantiu a eles a jornada de 6 horas e o direito à sindicalização”, observa o diretor da Feebbase, Emanoel Souza, que na época era diretor da AEB (Associação dos Economiários da Bahia).

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A coragem e a determinação dos bancários e 1985 continuam guiado os rumos da categoria até hoje, sendo motivo de orgulho e motivação para os novos dirigentes dos sindicatos e federações de todo o Brasil.

“Quarenta anos depois, nós homenageamos a coragem daqueles homens e mulheres que não recuaram diante das ameaças. É nossa responsabilidade agora dar continuidade ao legado, enfrentando hoje as demissões em massa, a precarização, a retirada de direitos, o adoecimento e o avanço indiscriminado da digitalização que vem tirando de forma tão cruel os nossos postos de trabalho. Em 1985 a categoria bancária mostrou que era possível mudar a história, em 2025 cabe a nós manter viva a resistência e provar que cada conquista nossa hoje, nasceu naquela greve e na luta deles em 1985, com tanta raça, coragem e convicção que valeria a pena”, declarou a presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andréia Sabino.

Fonte: FEEB/BA-SE.

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