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Jornada Internacional de Luta no Santander

O Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região soma forças à Jornada Internacional de Luta dos funcionários do Santander. Uma mobilização que tem como objetivo  denunciar o desrespeito aos direitos dos funcionários, a pressão das metas abusivas para venda de produtos, o assédio moral e o uso de práticas antissindicais.

Os funcionários do Santander dos Estados Unidos estão sendo impedidos de se organizar com ameaças de demissões e distorções de informações sobre o sindicato. Entendemos a importância da unidade na luta dos trabalhadores e repudiamos tal postura do banco que viola as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A mobilização internacional foi idealizada pela Rede Sindical do Santander, durante reunião promovida pela UNI Américas Finanças e Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) no dia 9 de maio, em Assunção.

Está sendo cobrado que o Santander se comprometa em assinar o Acordo de neutralidade, que não permita que a gerência interfira ou ameace os bancários, e que seus gerentes sejam instruídos a não realizar mais essas ações. Assim como, os funcionários do banco também exigem que o banco passe a reconhecer e negociar com o sindicato escolhido pelos bancários do Santander nos EUA. Os trabalhadores cobram respeito, diálogo social e valorização no trabalho, com direito de sindicalização, negociação coletiva, liberdade de expressão, igualdade de oportunidades e fim das perseguições e discriminações.

“Nós dos Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região nos unimos a Jornada de Luta de trabalhadores do setor bancário se colocando contra toda forma repressão aos trabalhadores. Uma articulação internacional como essa é um marco muito importante para mostrar que junto somos mais forte”, ressalta Wolney Soares, diretor do SEEB/VCR.

América Latina: 51 por cento do lucro do Santander

O Santander lucrou 2,255 bilhões de euros no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 29 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. A América Latina participou com 51por cento do lucro mundial: Brasil (25%), México (12%), Chile (6por cento) e demais países – Argentina, Uruguai Peru e Porto Rico (8%).

O restante veio do Reino Unido (13%), Estados Unidos (12%), Espanha (8%), Alemanha (5%), Polônia (5por cento), Portugal (1%) e Resto da Europa (5%).

Se a maioria do lucro do banco vem da América Latina, os bancários daqui não podem continuar sendo tratados como se fossem de segunda classe, defende Mário Raia.

Lucros bilionários e corte de empregos no Brasil

O Santander Brasil obteve lucro líquido de R$ 2,929 bilhões no primeiro semestre de 2013. Apesar disso, o banco seguiu demitindo trabalhadores e eliminou 2.290 empregos. Nos últimos 12 meses, o corte foi de 3.216 postos de trabalho.

A extinção de vagas não se justifica. Esse modelo de gestão, baseado na redução de custos, através da rotatividade e da extinção de vagas, piorou ainda mais as condições de trabalho, sobrecarregando e adoecendo muitos colegas e prejudicando o atendimento e a fidelização de clientes, frisa Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf. Não é à toa que o banco liderou pelo quinto mês consecutivo, em junho, o ranking de reclamações do Banco Central.

Os bancários reivindicam o fim das demissões e da rotatividade, mediante a aplicação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que proíbe dispensas imotivadas. Cobramos também mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho e garantir atendimento de qualidade aos clientes e à população, bem como a realocação dos funcionários atingidos por fusões de agências ou extinção de funções, salienta Ademir.

Os trabalhadores querem ainda o fim das terceirizações no banco e defendem igualdade de oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão profissional, sem quaisquer discriminações.

Milhões para altos executivos no Brasil

Enquanto corta empregos para reduzir custos, o Santander Brasil aprovou um aumento de 37,5 por cento na previsão da remuneração global anual de 2013 para o alto escalão do banco na assembleia dos acionistas, realizada em 29 de abril, em São Paulo. Os 46 diretores estatutários ganharão este ano R$ 364,1 milhões e os 9 membros do Conselho de Administração, R$ 7,7 milhões. Dois acionistas minoritários votaram contra.

Segundo cálculos do Dieese, cada diretor vai receber, em média, R$ 5,6 milhões por ano, o que corresponde a 118,4 vezes o que vai ganhar um caixa no mesmo período.

Enquanto isso, os milhares de funcionários possuem salários que estão entre os menores do sistema financeiro e sem expectativas de carreira, diante da falta de um Plano de Cargos e Salários (PCS) e das distorções existentes nos cargos de mesma função. Trata-se de uma tremenda injustiça no banco que precisa acabar, enfatiza Ademir.

Melhores condições de trabalho já!
A situação nas agências está cada vez mais insustentável, diante da enorme falta de funcionários, das metas abusivas e do assédio moral. Os bancários estão estressados, muitos tomando remédios tarja preta e outros já adoeceram no trabalho e estão afastados, destaca Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

O quadro de pessoal das agências está reduzidíssimo. Tem agências fechando ao meio-dia para o almoço dos funcionários que restaram. Os funcionários não aguentam mais. Os bancários reivindicam mudança na gestão do banco, ressalta a dirigente sindical.

Caixas não podem ter metas individuais

Os bancários querem ainda o cumprimento do comunicado interno do banco sobre as atividades do caixa. No texto, encaminhado aos gerentes gerais e de atendimento na rede de agências, consta que os caixas não podem estar sujeitos ao cumprimento de metas individuais de venda de produtos bancários. E a avaliação deve ser baseada pelo atendimento.

Para Rosani, trata-se de um avanço importante, pois a função do caixa não é vender produtos, mas fazer um atendimento de qualidade aos clientes e à população. Caso algum caixa continue com metas individuais, ele deve fazer denúncia ao seu sindicato.

Os trabalhadores exigem emprego decente e aposentadoria digna. E que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros.

Fonte: SEEB/VCR com informações da Contraf e UNI Américas Finanças e CCSCS

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