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Juros de cheque especial variam mais de 100%

Os juros do cheque especial sempre foram altos, mas recentemente ficaram especialmente proibitivos: chegaram aos 200,6% ao ano, maior patamar desde 1999. Isso significa que entrar no vermelho ficou ainda mais caro, sobretudo se o seu banco estiver entre aqueles que praticam as taxas mais elevadas.

Uma simulação realizada por EXAME.com mostra que o valor pago em juros pela utilização do cheque especial pode variar mais de 100% entre diferentes bancos.

Essa foi a diferença verificada entre os juros cobrados pela Caixa, que tem as taxas mais baixas, e o Santander, que pratica os juros mais altos.

Enquanto na Caixa o cliente paga 529 reais de juros ao usar 500 reais do seu limite de cheque especial e pagar a dívida depois de um ano, no Santander o correntista paga 1.061 reais de juros, ou 100,35% a mais.

Para realizar o levantamento, foram consideradas as taxas médias efetivamente praticadas no cheque especial pelos principais bancos grandes do país, segundo a pesquisa de juros do Banco Central (BC) referente ao período de 26 a 30 de janeiro.

As informações sobre os juros são fornecidas pelas próprias instituições financeiras ao BC.

Compare e veja quanta diferença

Confira abaixo as taxas cobradas por cada banco e quanto o cliente paga em juros ao utilizar 500 reais do limite do cheque especial e quitar o empréstimo após um ano.

Caixa: 7,34% (ao mês) e 133,83% (ao ano) – R$ 529,57

Banco do Brasil: 8,53% (ao mês) e 166,93% (ao ano) – R$ 634,18

Bradesco: 9,84% (ao mês) e 208,38% (ao ano) – R$ 756,16

Itaú: 9,89% (ao mês) e 210,12% (ao ano) – R$ 760,96

HSBC: 12,54% (ao mês) e 312,77% (ao ano) – R$ 1.031,62

Santander: 12,81% (ao mês) e 324,69% (ao ano) – R$ 1.061,04

Fonte: Banco Central (período de 26 a 30 de janeiro de 2015)

Uma das linhas de crédito mais caras do mercado

Sem ter garantias de que o cliente pagará o valor usado no cheque especial, os bancos cobram juros altíssimos nessa linha de crédito.

Uma alternativa de empréstimo mais recomendada por especialistas é o crédito consignado. Por oferecer mais segurança ao banco, já que o empréstimo é descontado da folha de pagamento do cliente, seus juros costumam ser muito mais baixos.

A título de comparação, a mesma pesquisa do Banco Central mostra que os juros cobrados no crédito consignado privado da Caixa, que é o banco com menores taxas, são de 2,25% ao mês, ante 7,34% no cheque especial.

Cliente deve ficar mais esperto agora

Com o aumento da taxa básica de juros, a Selic, e as perspectivas de novas altas, os bancos tendem a repassar essas elevações aos seus empréstimos.

Assim, é ainda mais importante evitar o cheque especial e outras linhas de crédito mais salgadas, como o rotativo do cartão de crédito.

Apesar dos altos custos, essas linhas de crédito costumam ser muito usadas por clientes por serem automáticas.

Para usar o cheque especial, por exemplo, o cliente não precisa pedir autorização ao banco, basta fazer um pagamento e ultrapassar o limite de saldo em conta para que o valor seja liberado e os juros comecem a correr. Isso ocorre porque o correntista já tem um limite de cheque especial pré-aprovado.

De forma semelhante, o cliente também tem um limite pré-aprovado no cartão de crédito e os juros rotativos passam a ser cobrados automaticamente quando o cliente não paga a fatura do cartão.

Para evitar o descontrole, nos dois casos o cliente pode solicitar ao banco que seja reduzido o seu limite de crédito.

IOF

Além dos juros, as transações feitas com cheque especial também sofrem incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esse imposto é cobrado sobre qualquer utilização do cheque especial.

Vale ressaltar que, mesmo se o seu banco abrir mão de cobrar juros no cheque especial por alguns dias, como alguns fazem, o governo não deixa de cobrar o imposto, independentemente do período de utilização do crédito.

Recentemente, o governo elevou a alíquota de IOF de 1,50% ao ano para 3% ao ano para operações de crédito realizadas em até 365 dias. Além disso, permanece inalterada a cobrança da taxa adicional de IOF, que desconta um percentual fixo de 0,38% do valor transacionado em cada operação.

O cálculo do IOF não foi incluído na simulação, pois a alíquota incidente é igual para todos os bancos e o objetivo do levantamento era mostrar a diferença de custos entre as instituições.

Fonte: Priscila Yazbek – Exame.com

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