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LER/DORT: prevenir é a solução

A categoria bancária sofre com um alto índice de adoecimento no ambiente de trabalho. As metas, o assédio e a sobrecarga são alguns dos fatores que contribuem para o surgimento de doenças, tanto psíquicas quanto osteomusculares, como é o caso da LER/DORT.

O processo de reestruturação pelo qual o setor bancário vem enfrentando envolve aumento da lucratividade à custa da redução drástica no número de funcionários. Só de 2012 a 2017, os bancos foram responsáveis pela extinção de 48.757 postos de trabalho, segundo o Dieese. Este cenário traz à tona um novo modelo das relações de emprego, impactando diretamente na saúde do trabalhador, que passa a lidar em seu cotidiano com uma maior sobrecarga de trabalho. Esse mesmo estudo indica que houve um aumento, sem precedentes, no número de adoecimento dos funcionários. No período de 2012 a 2016, foram abertos 109 comunicados de adoecimentos e acidente de trabalho na Bahia.

As atuais condições de trabalho explicam o aumento do adoecimento da categoria, como aponta Dr. Joas Cardoso, médico do trabalho. “As LER/DORT têm suas raízes nos movimentos repetitivos, posturas inadequadas e em mobiliários que não proporcionam uma ergonomia adequada. Hoje, o trabalhador está inserido em um ambiente de trabalho adoecedor, uma expressiva sobrecarga de trabalho com cobrança de metas de produção, somadas à ausência de intervalos nas atividades repetitivas e de ginástica laboral. O combate às lesões neuromusculares precisa ser um esforço de empregadores, funcionários e sindicatos. Deve ser oferecido, pelo empregador, um ambiente de trabalho adequado e também a promoção de ações de conscientização. Já os sindicatos, junto com os trabalhadores, precisam exigir o cumprimento dos intervalos de jornada e estimular a prática de atividades físicas preventivas”, ressalta.

De um lado, temos uma busca desenfreada dos bancos pela alta lucratividade e, em outro polo, temos a prevenção das LER/DORT, que demandam tornar as exigências do trabalho compatíveis com os limites humanos. “O nosso acordo coletivo prevê um intervalo de 10 minutos para descanso de digitadores a cada 50 minutos trabalhados. No entanto, para o bancário cumprir isso é quase impossível, pois as metas ficam cada vez mais inatingíveis em um cenário de demissões sem reposição de funcionários. Nessa conta, o maior prejudicado é o trabalhador, que, para garantir um emprego que respeite suas condições físicas, precisará fortalecer a luta coletiva para cobrar dos bancos respeito e melhores condições de trabalho, sem deixar de lado a necessidade imediata de buscar alternativas que proporcione mais qualidade de vida”, destaca Giovania Souto, diretora de Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador.

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