No dia 24 de janeiro, mais um crime contra ativista social no país transcreve a triste realidade no Brasil. Márcio Matos Oliveira, ex-dirigente Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi morto a tiros na casa onde morava, em Iramaia. Segundo informações da Polícia Civil, os disparos teriam acontecido na frente do filho da vítima, um menino de seis anos. Ainda não há detalhes sobre o crime nem sobre os responsáveis e a motivação.
Outro caso, na Bahia, que chocou o país aconteceu em 29 de junho de 2010. Paulo Colombiano, sindicalista rodoviário, e Catarina Galindo, secretária do comitê estadual do PcdoB, foram assassinados com disparos de arma de fogo quando chegavam ao prédio em que moravam, em Salvador. Colombiano, que teria descoberto irregularidades em pagamento de plano de saúde, teve sua morte encomendada segundo investigações policiais. Quase oito anos após, os acusados ainda não foram a julgamento.
A situação no país é tão grave que, em 2017, especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciaram a violência contra os defensores do meio ambiente no Brasil. Com a média de um assassinato por semana nos últimos 15 anos, o país é líder em assassinatos de ativistas ambientais.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, Paulo Barrocas, a situação de violência contra representantes de lutas sociais, políticas e ambientais traduz a ferocidade da luta por dinheiro e poder. “A crise político-econômica, combinada com a retirada de direitos e retrocessos sociais impostos por setores conservadores, amplia e agrava ainda mais os conflitos, traduzindo em mais violência contra quem luta por melhor distribuição de renda no nosso país. Somente com a luta contra a impunidade, a resistência contra estes ataques e a diminuição da concentração fundiária e de renda é que podemos ter esperança em dias melhores para todos nós”, pontua Paulo.