Após a entrega da minuta de reivindicações à Fenaban, conversamos com o vice-presidente do SEEB/VCR, Bruno Maia, sobre as estratégias para a Campanha Salarial e a importância da união da categoria.
A minuta de reivindicações aprovadas na Conferência Nacional foi entregue à Fenaban na última quarta-feira (11). O Sr. acha que ela satisfaz as necessidades da categoria ou o Sr. acrescentaria algum ponto que ficou de fora?
Os itens inclusos na minuta estão contemplando bem as necessidades dos bancários. Trabalho como Caixa Executivo e muito me agradou a ideia de uma Gratificação de Caixa e outra verba denominada Quebra de Caixa, haja vista que a primeira está diante da responsabilidade do cargo e a segunda com o objetivo de zelar pela integridade econômica do funcionário. Acredito que a segurança deve ter um foco maior, já que possui os menores avanços. Vale ressaltar também que, ao direcionar serviços para correspondentes bancários, o banco expõe o cliente à uma péssima estrutura e à insegurança. O Projeto de Lei da terceirização deve ser combatido também, pois sua regulamentação levaria a uma falta de limites para o seu uso, inclusive para atividades-fim e legalizaria situações como essas dos correspondentes, que realizam atividades bancárias sem atender às normas de segurança exigidas em agências.
Em relação ao Banco do Brasil, o sr. acredita que as negociações específicas podem trazer bons frutos para a categoria?
A situação do BB é bastante preocupante porque a sobrecarga de trabalho é imensa e, recentemente, houve uma diminuição no quadro de funcionários diante do Programa de Aposentadoria Incentivado. A reposição do quadro é o mínimo que se espera. Além disso, as precárias condições de trabalho geram um aumento no quadro de adoecimentos, que por sua vez geram despesas na Cassi.
O índice definido na Conferência Nacional está de acordo com as expectativas da base do SEEB/VCR?
De acordo com alguns colegas, o índice se mostrou insatisfatório. Muitos esperavam pelo menos 20%. O aumento real não é tão significativo em se tratando de apenas 5,7%.
Como o Sr. vê o cenário econômico e político a ser enfrentado pelos bancários durante a Campanha?
Estamos vivendo um momento de reflexão no país, pois temos uma recessão econômica acontecendo e atos (investigações, manifestações populares) que geram desconforto político. Mas, diante de tudo isso, os bancos continuam com enormes lucros, batendo recordes. Somente o BB alcançou um lucro de mais de 3 bilhões no segundo trimestre, ultrapassando em 6,7% o mesmo período do passado.
Quais as estratégias que estão sendo definidas para mobilizar a categoria e a importância de manter a união para que as reivindicações sejam atendidas?
São diversas estratégias. As principais seriam os informativos que visam a conscientização da sociedade, medidas preventivas para o combate de ações anti-greve pelas quais os bancos costumam utilizar, e o tradicional piquete (vamos participar!). Cabe aos bancários a união nesta luta por melhores condições de trabalho. Se o índice foi insatisfatório, agora é lutar com maior firmeza e participação da categoria. Vamos participar ativamente do movimento, e não ficar só na pressão na hora do cafezinho. Vamos agir!
As opiniões expressas na entrevista não refletem, necessariamente, o posicionamento da diretoria do SEEB/VCR.