O estudo mostra que, naquele ano, os homens receberam, em média, R$ 3.484,24, enquanto as mulheres, R$ 2.995,07
Os homens eram maioria entre os empregados por empresas e também tinham uma média salarial 16,3% maior que as mulheres em 2021, indica a pesquisa Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgada nesta quarta-feira (21), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo mostra que, naquele ano, os homens receberam, em média, R$ 3.484,24, enquanto as mulheres, R$ 2.995,07. O salário médio pago pelas empresas teve queda em 2021, passando de R$ 3.353,07 para R$ 3.266,53.
Apesar da desigualdade, o levantamento também sinalizou que a participação feminina no mercado de trabalho voltou a crescer, depois de ter recuado no primeiro ano da pandemia de covid-19 (2020). Em 2021, cresceu de 44,3% para 44,9%. Já os homens ocupavam 55,1% dos postos de trabalho nas empresas naquele ano.
A secretária das Mulheres Trabalhadoras da CUT Nacional, Junéia Batista diz que apesar desses números serem menores do que os dos homens, as mulheres conseguiram diminuir um pouco a diferença.
“Ainda assim, só de pensar que são 350 anos que nós, mulheres, vamos conseguir alcançar a igualdade salarial dói por que eu estou falando daqui três gerações, então é muito difícil isso, mas eu acho que é bom que a gente saiba esses dados porque a gente pode encorajar as mulheres por melhores condições de trabalho”, afirmou a dirigente.
A série histórica – iniciada em 2009 – evidencia um avanço gradual da participação feminina entre os funcionários das empresas. No primeiro ano da pesquisa, as mulheres ocupavam 41,9% das vagas, três pontos percentuais a menos.
Para reverter esse quadro, Junéia acredita que é preciso encorajar as mulheres por melhores condições de trabalho “principalmente agora que depois de 75 anos o governo brasileiro resolveu colocar em lei a igualdade salarial. Não vai ser fácil, mas temos que estar atentas e tentar mudar essa situação”, conclui.
Outros dados da pesquisa do IBGE
Em 2021, o número de empresas e outras organizações ativas cresceu 5,8% frente a 2020, chegando a 5,7 milhões, e a quantidade de sócios e proprietários subiu 5,1%, totalizando 7,7 milhões.
No mesmo período, o número de pessoas ocupadas assalariadas em empresas e outras organizações formais ativas chegou a 47,6 milhões, avançando 4,9% frente a 2020, ou mais 2,2 milhões de postos de trabalho formais no país.
A atividade Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas teve as maiores participações em três das quatro variáveis analisadas: número de empresas (32,9%), pessoal ocupado total (21,0%) e pessoal ocupado assalariado (19,2%).
Administração pública, defesa e seguridade social foi o setor que teve maior participação em salários e outras remunerações (23,8%).
As maiores contribuições para o aumento de pessoas ocupadas assalariadas vieram de Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (428,5 mil) e Indústrias de transformação (386,9 mil). Já a maior redução foi observada em Outras atividades de serviços (-34,3 mil).
Em termos reais, a massa salarial (R$ 2,0 trilhões) subiu 0,3% frente a 2020, enquanto o salário médio pago pelas empresas caiu 2,6%, passando de R$ 3.353,07 para R$ 3.266,53.
Fonte CUT, com informações da Agência Brasil e IBGE