A falta de incentivo à leitura é uma das formas mais graves de exclusão intelectual. Quando o acesso aos livros é negado, o que se perde não é apenas o prazer de ler, mas a capacidade de pensar, argumentar e questionar. Em um país onde as telas substituem as páginas e o imediatismo das redes molda até as crianças, o resultado é uma geração distraída e desconectada da realidade.
Em quatro anos, o Brasil perdeu cerca de 6,7 milhões de leitores, segundo a sexta edição da Pesquisa Retratos da Leitura, divulgada ano passado, o que revela o tamanho do retrocesso cultural e social.
Ler sempre foi mais do que um hábito, é uma prática que estrutura o pensamento e dá forma à consciência crítica. Cada página lida é um exercício de liberdade: amplia o vocabulário, fortalece a empatia e desenvolve o raciocínio. É da leitura que nasce a capacidade de compreender o mundo para além do que o poder quer mostrar.
O enfraquecimento deste hábito explica a força dos discursos rasos e das mentiras travestidas de verdade. A desinformação cresce onde falta leitura e o autoritarismo prospera sobre a ignorância. Líderes que manipulam massas temem leitores porque o pensamento crítico é o maior inimigo do poder cego.
O apagamento do hábito de ler não é acaso, é estratégia. A lógica ultraliberal precisa de um povo que consome, não de um povo que pensa. Por isto, defender a leitura é defender a liberdade. Formar leitores é formar cidadãos conscientes e nenhum projeto de país justo e democrático sobrevive sem isto.
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