As projeções dos analistas econômicos para preços e atividade em 2017 continuaram a melhorar, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. Houve aumento das estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) e produção industrial, além de queda na inflação. Ao mesmo tempo, a projeção de inflação deste ano subiu depois de oito recuos consecutivos, após o IPCA de abril ter ficado bem acima do esperado.
De acordo com o Focus, a mediana das projeções para o IPCA deste ano subiu de 6,94% para 7%. Na sexta-feira, o IBGE informou que o índice aumentou 0,61% no mês passado, quando se esperava 0,52%. Economistas ouvidos pelo Valor consideraram a alta pontual e avaliaram que fatores de caráter mais estrutural, como o aumento do desemprego, devem continuar a reduzir a inflação acumulada em 12 meses até o fim do ano. Em 12 meses até abril, o IPCA subiu 9,28%.
Na semana passada, na ata da reunião em que decidiu manter a taxa Selic em 14,25%, o Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou que ainda não se sente confortável para sinalizar uma redução de juros por causa do alto patamar dos preços em 12 meses.
No Focus, a projeção de 12 meses à frente, abril de 2017, portanto, cedeu de 6,19% para 6,15%. A estimativa para o ano de 2017 “cheio” recuou pela quinta semana seguida, de 5,72% para 5,62%.
Apesar das indicações da ata do Copom, os analistas de mercado reduziram novamente sua estimativa para o juro básico e agora esperam que a Selic termine 2016 em 13%, ante expectativa de 13,25% na semana anterior. Para o fim 2017, a projeção seguiu em 11,75%.
Entre os analistas Top 5, a mediana de médio prazo para a inflação de 2016 caiu de 7,05% para 6,92% e a de 2017 cedeu de 5,90% para 5,50%. As projeções para a Selic, contudo, subiram, de 13,38% para 13,88% neste ano e de 12,25% para 12,63% em 2017.
Enquanto isso, as estimativas de atividade melhoraram. Para 2016 espera-se uma contração um pouco menor do PIB. A mediana das estimativas passou de retração de 3,89% para 3,86%. Para 2017, saiu de crescimento de 0,40% para 0,50%.
A estimativa da produção industrial de 2016 piorou, indo de queda de 5,83% para baixa de 5,95%. Mas a de 2017 subiu, de alta de 0,50% para 0,74%.
Na semana passada, o Itaú revisou sua estimativa para o PIB do ano que vem, de alta de 0,3% para aumento de 1%, condicionando esse movimento às reformas econômicas que podem vir num próximo governo.
Fonte: O Valor Econômia