Ao longo da história da humanidade as mulheres se organizaram pela superação das contradições, principalmente no mundo do trabalho e em relação ao machismo.
O dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, teve sua primeira celebração em 1909, nos Estados Unidos com uma marcha das mulheres por direito a voto, e em 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs a instituição de uma celebração anual das lutas pelos direitos das mulheres trabalhadoras.
É importante destacar que, muito antes dos marcos do movimento Sufragista, as mulheres trabalhadoras já protagonizavam mobilizações nas fábricas por melhores condições de trabalho. Outro exemplo da organização das trabalhadoras foi a Marcha de 1917, na Rússia, onde milhares de mulheres foram às ruas da capital para protestar contra as condições de vida no país, e desencadearam um importante processo revolucionário marcado por muitas conquistas na construção de uma sociedade mais justa.
No Brasil, temos a força das mulheres em momentos importantes de nossa história, como na ditadura militar, quando estiveram à frente de marchas que buscavam combater o regime. Nesse movimento de resistência, muitas mulheres foram mortas e torturadas, por vezes, na frente de seus filhos, ou mesmo assediadas e estupradas por militares. Em grande parte, essas mulheres estavam grávidas ou no puerpério, além de tantas outras que não tiveram o direito de enterrar seus filhos, maridos e familiares.
Portanto, este é um mês de lembrar a luta de Ieda Seixas, Ana Maria Aratangy, Amélia Teles, Nádia Nascimento, Criméia de Almeida, Helenira Rezende de Souza Nazareth, Alceri Maria Gomes da Silva, Ieda Santos Delgado, Esmeraldina Carvalho Cunha – mãe de Nilda Cunha -, Zuzu Angel – mãe de Stuart Angel Jones, e todas as mulheres que construíram a história de luta em nosso país.
No recente cenário político, a luta feminista marcou presença nas marchas que resistiram contra a aprovação da reforma trabalhista. Já no último pleito eleitoral, milhares foram às ruas para se posicionar contra Bolsonaro e sua postura machista e racista. E agora, neste ano, o mês de março além de celebrar a organização feminista, será também um momento de mobilização contra a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo.
É fundamental lembrarmos que o Dia da Mulher é um dia de luta. ‘’O dia 8 de março é celebrado em todo o mundo para reconhecer as conquistas sociais, políticas e culturais das mulheres. Também é uma oportunidade de chamar atenção para a necessidade de acelerar os movimentos em direção à igualdade de direitos, melhores condições de trabalho e garantias sociais de gênero. Na categoria bancária temos que cobrar dos bancos a responsabilidade com os programas de equidade e respeito às mulheres trabalhadoras”, destaca Larissa Couto, vice-presidente do SEEB/VCR.